Atenção à provável aprovação da fusão Marfrig-BRF pelo Tribunal do Cade e de negócios envolvendo a Cosan e a Raízen

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São Paulo, 4 de setembro de 2025 – Nesta sexta-feira, os investidores voltam suas atenções para aprovável aprovação da fusão entre a Marfrig e a BRF, após o Tribunal do Conselho Administrativode Defesa Econômica (Cade) marcar uma sessão extraordinária, às 15h, para concluir o julgamentosobre a operação, que é classificada pelo órgão como “ato de concentração”. A pauta dasessão extraordinária de julgamento do órgão foi publicada no Diário Oficial da União dequinta-feira (4).

O ato de concentração será apreciado pelos membros do Conselho após um dos conselheiros liberar,na quarta-feira (3), seu voto pela aprovação integral da fusão entre as companhias. Com aliberação adiantada do voto do conselheiro Carlos Jacques, o presidente interino do Conselho,Gustavo Augusto Freitas de Lima, que também relata o caso, determinou a inclusão do caso napróxima sessão, que estava prevista para 17 de setembro. No entanto, a análise foi antecipadapara a reunião extraordinária desta sexta-feira.

Jacques havia pedido vistas no julgamento anterior do Tribunal do Cade, em 20 de agosto. Com isso, aanálise foi adiada por 60 dias, e o processo seria automaticamente incluído em pauta paraprosseguimento do julgamento após o período. Na mesma sessão do dia 20/8, já havia maioria pelaaprovação da operação de união da Marfrig com a BRF, mas a decisão do órgão não foiproclamada diante do pedido de vista. Outros cinco integrantes do colegiado já defenderam manter afusão.

A operação foi aprovada sem restrições pela Superintendência Geral (SG) do Cade em 17 deoutubro de 2023. O Tribunal do órgão precisa avaliar o recurso da Minerva, que entrou comoterceira interessada, alegando alteração na estrutura de governança da BRF.

Em Assembleias Gerais Extraordinárias (AGEs) ocorridas em 5 de agosto, os acionistas da Marfrig eda BRF aprovaram a operação de fusão que dá origem à MBRF, uma das maiores empresas globais dealimento, com receita anual combinada de R$ 152 bilhões e 38% de seu portfólio voltado paraprodutos de valor agregado.

A aprovação dos acionistas da BRF, antecipada por meio do boletim de voto à distância divulgadono último final de semana, foi ratificada no dia 5 de agosto com 78,39% de votos a favor,demonstrando amplo apoio dos acionistas à operação. Na AGE da Marfrig, 86,71% dos votos foramfavoráveis à fusão. “A validação da maioria dos minoritários reforça ainda a confiança noprocesso, conduzido com higidez e em estrita conformidade com os protocolos legais e regulatóriosaplicáveis, seguindo as melhores práticas de governança corporativa. Com a aprovação dasassembleias, inicia-se a partir de amanhã o período de 30 dias para o exercício do Direito deRecesso em ambas as Companhias. As empresas seguem confiantes na finalização da operação, queainda passa pela aprovação final do Conselho Administrativo de Defesa Econômica”, disse aempresa, na ocasião.

A empresa disse que a” MBRF nasce como uma das maiores empresas de alimentos do mundo, carregando umlegado de inovação e pioneirismo com marcas icônicas como Sadia, Perdigão, Qualy, Banvit e Bassie um portfólio verdadeiramente multiproteínas, com carne bovina, suína e de aves, produtosindustrializados, pratos prontos e pet food. Presente em 117 países, a empresa possui 130 milcolaboradores e produz 8 milhões de toneladas de produtos anualmente, que chegam a mais de 424 milclientes e a milhões de consumidores em todo o mundo. Reconhecida por suas práticas sustentáveis,mantém iniciativas pioneiras para a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais”.

COSAN

Também devem continuar no radar do mercado os negócios envolvendo a Cosan, desde que a companhiaanunciou que avalia alternativas para aprimorar sua estrutura de capital e, em conjunto com a Shell,busca novos investidores para a sua controlada Raízen. A Raízen é controlada pela Cosan e pelaShell, com 44% de participação cada.

Na quinta (4), a Cosan divulgou comunicado para reiterar o que disse nas teleconferências deresultados trimestrais, em razão de notícias veiculadas na imprensa, que “avalia alternativaspara aprimorar sua estrutura de capital e, em conjunto com a Shell, busca novos investidores paraRaizen”.

“Por essa razão, a Cosan tem sido ativamente procurada por interessados em potenciais investimentosem ambas as companhias. Ainda que mantenha tratativas, até o momento não há qualquer decisão oucompromisso assumido”, acrescentou.

Na terça (2), a agência Bloomberg informou que a japonesa Mitsubishi está entre as interessadaspela Raízen, juntamente com outros grupos japoneses, como a Mitsui, que já mantém parcerias com aCosan em outros empreendimentos. Fontes afirmaram que a participação será vendida a um playerestrangeiro estratégico que busca exposição global ao etanol. O tamanho exato da participaçãopermanece indefinido e dependerá do valor da oferta.

Outra notícia que circulou, no Pipeline, do Valor Econômico, na quarta-feira (3), é que o BTGPactual e a Itaúsa também estão avaliando comprar uma fatia da Raízen.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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