Ato bolsonarista em Copacabana tem pedido de anistia e ataques a Lula e STF

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O ato bolsonarista na manhã deste domingo (7) na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, teve pedidos de anistia aos envolvidos na trama golpista de 2022, defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), críticas ao presidente Lula (PT) e ataques gerais ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Os manifestantes ocuparam o equivalente a um quarteirão da orla, bem abaixo de protestos anteriores realizados no mesmo local, como no 7 de Setembro de 2022, por exemplo, que reuniu o então presidente Bolsonaro e motivou sua condenação no TSE por uso da máquina pública para fins eleitorais.

Em discurso, o governador Cláudio Castro (PL) defendeu a inocência de Bolsonaro e afirmou que “o Rio de Janeiro é Bolsonaro”.

“Antes de falar de anistia, precisamos falar que queremos Bolsonaro inocentado. Porque o homem que não cometeu nenhum crime não pode ser condenado. É uma sacanagem colocar na cadeia um homem que não roubou nem um real de dinheiro público”, afirmou.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro chamou de “grande peça teatral” o julgamento do marido no Supremo Tribunal Federal em áudio transmitido neste domingo (7) durante ato em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro.

“Por injustiça ele não pode falar, mas nós falaremos com ele até que essa perseguição e injustiça acabe”, disse Michelle.

O evento foi convocado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e pelo pastor Silas Malafaia, como parte da mobilização nacional em defesa da anistia a condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Por volta das 10h, manifestantes vestidos de verde e amarelo começaram a se concentrar no posto 4 da orla, onde um caminhão de som abrigava os organizadores e aliados políticos do ex-presidente, entre eles o governador Cláudio Castro e os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), Luiz Lima (Novo), Eduardo Pazuello (PL), Hélio Lopes (PL) e Clarissa Garotinho (PL).

Apesar da previsão de chuva, o tempo permaneceu apenas nublado. Os políticos fizeram referência ao clima para destacar que, segundo eles, “a força do movimento” manteve a concentração firme. O ato foi oficialmente aberto às 11h30, com a execução do hino nacional.

Primeiro a discursar, Ramagem afirmou que a pauta do movimento é a “anistia ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos no 8 de Janeiro.

“Falaram que não ia ter ninguém em Copacabana, olha o mar de gente aqui (…) Hoje é dia 7 de setembro, que a gente celebra a independência do Brasil, dia de defesa da liberdade do nosso povo, do nosso país. (…) Começaram a nos perseguir, a nos calar, nos processar, querem nos prender, mas não se enganem, os momentos são sombrios, porque eles são trevas, mas somos luz”, disse.

O deputado Luiz Lima criticou o Supremo Tribunal Federal e defendeu Bolsonaro, que deve ser julgado nesta semana pela corte.

“O presidente Bolsonaro será julgado essa semana pela turma do STF, com ministros indicados por políticos ligados ao Lula e ao PT. Não há independência sem liberdade. (…) Quem sofreu tentativa de assassinato foi o presidente Bolsonaro”, afirmou.

Na mesma linha, Hélio Lopes declarou que a candidatura de Bolsonaro em 2026 é irreversível.

“Bolsonaro é o candidato em 2026. Não há plano A nem plano B”, disse o deputado, que chorou durante o discurso.

Manifestações semelhantes acontecem neste domingo em outras capitais do país. Segundo aliados, trata-se da última mobilização antes do julgamento em que o STF deve condenar o ex-presidente a 40 anos de prisão por participação na trama golpista de 2022.

Os oito integrantes do núcleo crucial da trama golpista estão sendo julgados agora na Primeira Turma do Supremo. Por isso, os apoiadores de Bolsonaro criticam os ministros do Supremo, em especial o relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes.

Trata-se de mais uma manifestação organizada pelo pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro. Com o avanço das investigações, eventos dessa natureza passaram a ser organizados nas principais capitais do país. Em prisão domiciliar e com tornozeleira eletrônica, Bolsonaro não participou do protesto no Rio.

Ele é suspeito de ter agido, em parceria com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), seu filho, para atrapalhar o andamento da ação penal. Eduardo, que está nos Estados Unidos, também não participará, mas o pastor vai discursar no alto do palanque que foi montado na avenida Paulista.

No mês passado, Malafaia foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal. Ele também é suspeito de tentar obstruir as investigações do plano golpista.

Na Paulista, nesta tarde, são aguardados os discursos do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, presidente nacional do PL Mulher.

Outros dois governadores estão confirmados: Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina. Os deputados Nikolas Ferreira (MG) e Sóstenes Cavalcante (RJ), ambos do PL, devem estar presentes na avenida Paulista.

Neste 7 de Setembro, manifestações bolsonaristas também vão ocorrer em Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e no Rio de Janeiro. A partir de terça-feira (9), o julgamento da trama golpista chega à fase final, com os votos dos ministros da Primeira Turma.

Em paralelo, cresce a pressão no Congresso pela anistia. Tarcísio tornou-se um dos principais articuladores do projeto e foi até Brasília negociar com Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado.

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