Avaliação de Lula tem oscilação favorável, agora com 40% de negativo e 28% de positivo, aponta Quaest

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na primeira pesquisa Genial/Quaest realizada após a crise do tarifaço imposto por Donald Trump por pressão da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente Lula (PT) marca 40% de avaliação negativa, ante 28% de avaliação positiva, uma oscilação favorável em relação à rodada anterior.

Há ainda outros 28% que avaliam o governo como regular, e 4% dizem não saber responder.

Na rodada anterior da pesquisa, realizada de 29 de maio a 1º de junho, após o escândalo do INSS, Lula havia atingido o pior patamar do mandato, com avaliação negativa de 43% e positiva de 26%. Outros 28% consideravam a gestão regular.

A diferença entre os índices negativo e positivo entre as duas pesquisas passou de 17 pontos (43% x 26%), em maio, para os atuais 12 (40% x 28%). A margem de erro dos levantamentos é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

A Genial/Quaest fez 2.004 entrevistas em 120 municípios, de quinta-feira (10) até segunda-feira (14). O levantamento da Quaest é financiado pela corretora de investimentos digital Genial Investimentos, controlada pelo banco Genial.

O levantamento divulgado nesta quarta-feira (16) aponta também que 53% dizem desaprovar o governo Lula, enquanto 43% aprovam. Em maio, a reprovação chegou a 57%, enquanto a aprovação era de 40%.

A reprovação de Lula é maior entre quem tem ensino médio completo (62%), homens (58%), evangélicos (69%) e bolsonaristas (94%).

Os índices são favoráveis ao presidente nesta rodada sobretudo entre moradores do Sudeste, com a desaprovação variando de 64% para 56% e a aprovação de 32% para 40%, e também entre as mulheres (54% para 49% de reprovação e 42% para 46% de aprovação), entre quem recebe de dois a cinco salários mínimos (58% para 52% de negativo e 39% para 43% de positivo), entre quem tem ensino superior completo (64% para 53% e 33% para 45%) e entre católicos, segmento em que os índices se inverteram (53% para 45% e 45% para 51%).

O resultado na avaliação de Lula acompanha a oscilação na opinião sobre a economia do país, de acordo com a pesquisa. Para 21%, a economia melhorou nos últimos 12 meses, índice que era de 18% na rodada anterior. Já para 46% a economia piorou (eram 48% em maio e 56% em março).

Questionados sobre a expectativa em relação à economia para os próximos 12 meses, 43% afirmam que irá piorar (eram 30% em maio), atingindo o pior patamar da série histórica (iniciada em junho de 2023). Já os que dizem que a economia vai melhorar agora somam apenas 35%, também o pior patamar da série (eram 45% em maio).

O levantamento mostra ainda que mais da metade (56%) dos entrevistados diz não ter ficado sabendo da agenda de justiça tributária do governo federal -da mesma forma, os embates recentes entre o Planalto e o Congresso também passaram despercebidos por metade do público.

Para 79% dos entrevistados, o conflito entre governo federal e Congresso mais atrapalha do que ajuda o país -12% dizem o contrário.

Para 63% dos entrevistados, Lula deve sim aumentar os impostos dos mais ricos para diminuir o dos mais pobre. Para 33%, o presidente não deveria adotar esse caminho.

Em outra pergunta sobre o tema, 53% acham que o discurso “ricos contra pobres” não está correto por ampliar a chance de mais conflitos e de polarização no país. Já 38% acham que esse tipo de discurso político está correto. Lula e o PT têm aposta nessa linha.

A popularidade do presidente no atual mandato virou uma das principais preocupações governistas a partir do fim do ano passado. Em dezembro, Lula ainda tinha uma avaliação positiva numericamente superior à negativa -33% a 31%.

A situação piorou para o presidente a partir de janeiro, quando uma onda de desinformação sobre o Pix nas redes ajudou a atingir a imagem da gestão. Ainda naquele mês, o petista mudou o ministro responsável pela comunicação, trocando Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira.

A pesquisa divulgada nesta quarta-feira também perguntou se Lula acertou ou errou ao anunciar reciprocidade às tarifas dos EUA —53% respondem que o petista está correto, enquanto 39% afirmam que ele está errado.

O governo Lula e o PT vêm culpando Bolsonaro pelo tarifaço imposto por Trump, já que o presidente americano mencionou o julgamento do ex-presidente pela trama golpista ao anunciar 50% de sobretaxa a importações brasileiras a partir de agosto.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, o PT aproveitou a ocasião para lançar a campanha “Defenda o Brasil”, com as cores da bandeira brasileira.

A família Bolsonaro, por sua vez, vem defendendo que a solução para o tarifaço é uma “anistia ampla, geral e irrestrita” aos acusados de golpismo.

A medida de Trump foi influenciada por uma campanha conduzida nos EUA pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para pressionar o governo americano a adotar medidas que pudessem constranger o STF (Supremo Tribunal Federal).

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