Banco lança edital do Floresta Viva 2, que prevê R$ 100 milhões para restauração ecológica

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São Paulo, 26 de agosto de 2025 – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)lançou nesta terça-feira, 26, a segunda fase da iniciativa Floresta Viva, uma das principaisações nacionais de apoio à restauração ecológica e ao fortalecimento das comunidades que vivemem áreas de grande valor socioambiental. Com aporte inicial de R$ 100 milhões do FundoSocioambiental do BNDES que pode alcançar R$ 250 milhões com a adesão de parceiros , ainiciativa vai apoiar projetos de restauração ecológica com espécies nativas e/ou SistemasAgroflorestais (SAFs), incluindo atividades para conservação de ecossistemas nos biomas Cerrado,Caatinga, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica.

O lançamento ocorreu com a participação da diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, dopresidente do ICMBio, Mauro Pires, do diretor do Departamento de Florestas do Ministério do MeioAmbiente e Mudança do Clima, Thiago Belote, e do chefe do Departamento de Meio Ambiente do BNDES,Marcus Santiago. Na ocasião, foi anunciada a chamada pública que vai selecionar o parceiro gestordessa segunda fase.

Estamos prevendo que, para além da agenda de restauro, a gente também inicie e inove mais uma vezincluindo a implementação de ferramentas para apuração de créditos de biodiversidade, anunciouTereza Campello. Estamos tornando-nos um grande fomentador de restauro florestal no Brasil equeremos ter isso como marca do BNDES: um banco verde, um banco azul, um banco inclusivo. Masqueremos ter um parceiro que nós estamos contratando como nesse edital para nos ajudar aoperacionalizar e botar em andamento todo esse processo.

A diretora explicou que, nesta segunda edição, o escopo do Floresta viva foi ligeiramentealterado. Estamos fazendo restauro florestal na Amazônia com um pacote enorme envolvendo osrecursos do Fundo Amazônia, lembrou. Então achamos que era importante dedicar esses R$ 100milhões de recursos não reembolsáveis para todos os outros biomas no Brasil alguns inclusive comáreas já devastadas percentualmente muito maior do que a própria Amazônia e que acabam tendomenos atenção do que a Amazônia, dona de um apelo internacional gigantesco.

Tereza Campello ressaltou que o Banco vem tratando a agenda de recursos não reembolsáveis do bancocom o mesmo rigor que trabalha com valores reembolsáveis, com critério e com monitoramento.

Mauro Pires disse esperar a adesão de parceiros financiadores interessados em associar a suainiciativa à governança oferecida pelo BNDES. Ter o BNDES pensando nesse tipo de arranjo e definanciamento pode indicar para outros países que é fundamental investir na conservação, mas umaconservação que inclua também as pessoas e que traga qualidade de vida, argumentou.

Para o presidente do ICMBio, além de constituir uma plataforma de desenvolvimento sustentável,produção e melhoria da econômica com inclusão produtiva, a agenta de restauração pode fazercom que o cidadão comum encontre razão na conservação ambiental. Um estudo recente mostra que aspessoas estão perdendo a conexão com a natureza, o que traz prejuízos de saúde, inclusive desaúde mental, mencionou. E se a gente consegue uma agenda inclusiva, voltada à restauração,garantindo empregos, trazendo benefícios ambientais e também promovendo uma conexão com anatureza, creio que aí sim vamos conseguir enfrentar esse cenário de emergência climática.

Na avaliação de Thiago Belote, a formatação inovadora da iniciativa ajuda a dar escala na agendada restauração. “Iniciativas como o Floresta Viva e o Restaura Amazônia têm ajudado a gente aconstruir essa trilha rumo alcançar todas as metas e compromissos que a gente tem, pois não estãoolhando só para serviços ecossistêmicos, mas também para a produção de alimentos, que é outraagenda superestratégica para o governo, ponderou. A gente está falando aqui de segurança esoberania alimentar.

O edital de seleção pública está disponível no site do BNDES. O parceiro gestor selecionado vaifazer a contratação e acompanhamento dos projetos nos territórios, além de operacionalizar umprograma de capacitação e fortalecimento institucional de organizações sociais de povostradicionais, assentados da reforma agrária e agricultores familiares. O anúncio da instituiçãoescolhida neste edital está previsto para novembro, durante a COP30, em Belém (PA). O contratoterá duração de até seis anos, prorrogáveis por mais dois.

Quem pode participar da seleção Podem apresentar propostas para Parceiro Gestor pessoasjurídicas legalmente constituídas sediadas no país que tenham finalidade institucionalcompatível com o objeto da chamada pública. Estão aptas a participar pessoas jurídicas dedireito privado sem fins lucrativos nacionais e também autarquias e fundações públicas federais,com exceção da União e de entidades a ela vinculadas que dependam de transferênciasorçamentárias deste ente público para sua manutenção.

As instituições proponentes devem comprovar: capacidade de gestão financeira, com porte ehistórico de atuação compatíveis com o volume de recursos a ser gerido; capacidade de gestãotécnica, contando com equipe, procedimentos e sistemas adequados para acompanhar a execuçãofísica e financeira dos projetos; e capacidade de execução das atribuições previstas noprograma.

Além de selecionar um parceiro operacional, o Floresta Viva conta com um núcleo gestor, que éresponsável não só pela definição de critérios para os ciclos de seleção pública, mastambém pela decisão, em última instância, sobre a aprovação e priorização de projetos eorganizações. O núcleo gestor é formado por representantes do BNDES, de eventuais doadores eespecialistas convidados.

Benefícios para a população e para os biomas O Floresta Viva 2 terá impactos diretos sobre avida das comunidades e a preservação ambiental. A iniciativa promoverá a recuperação denascentes e bacias hidrográficas, o que garantirá melhoria da qualidade e da disponibilidade daágua; contribuirá para a regulação climática, por meio da captura de carbono e da mitigaçãode efeitos extremos como secas e enchentes; e reforçará a proteção da biodiversidade, apoiandoações de monitoramento e a reintrodução de espécies nativas.

Além disso, fomentará a geração de renda para comunidades tradicionais, agricultores familiarese assentados da reforma agrária, a partir de atividades sustentáveis e de projetos derestauração produtiva, ao mesmo tempo em que oferecerá capacitação e fortalecimentoinstitucional às organizações locais, ampliando sua autonomia e capacidade de gestãosocioambiental.

Diferentemente da primeira fase, que operava com editais em janelas únicas, o Floresta Viva 2trará ciclos sucessivos de seleção pública, garantindo mais agilidade na aprovação eexecução dos projetos. Também será implementado um programa específico de formação e mentoriapara pelo menos 20 organizações sociais, que poderão executar projetos de pequena escala,aplicando na prática o conhecimento adquirido. Incluir a implementação de ferramentas visando aemissão de créditos de biodiversidade.

Resultados da primeira fase O Floresta Viva 1 já mobilizou R$ 460 milhões, dos quais metade deparceiros privados e públicos. Foram lançados nove editais, resultando em mais de 60 projetoscontratados ou em análise, cobrindo 8.500 hectares de áreas em processo de recuperação.

Entre os apoiadores, estão empresas como Petróleo Brasilero S.A. (Petrobras), Banco do Nordeste(BNB), Fundo Vale, Energisa, Eneva, Norte Energia, Heineken, Philip Morris, Inovaland, KfWBankengruppe, Eletrobras e governos estaduais. A iniciativa rendeu ao BNDES o Prêmio Alide 2024,reconhecimento internacional concedido pela Associação Latino-Americana de InstituiçõesFinanceiras de Desenvolvimento. O programa foi considerado inovador pelo modelo, com parceiro gestoroperacional, que dá velocidade e escala aos resultados, ao mesmo tempo que agrega vários atoresdiferentes, com empresas privadas e públicas, multinacional, governos e um banco público dedesenvolvimento.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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