Blitz de tarifas de Trump deve desencadear cortes de juros em ritmo global - deVere Group

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São Paulo, 21 de julho de 2025 – Nigel Green, CEO da deVere Group, alertou que o iminenteataque tarifário de Donald Trump contra a União Europeia, que pode impor tarifas de até 30%, nãorepresenta apenas um ponto de tensão geopolítica, mas sim um choque macroeconômico global.Segundo Green, a ofensiva protecionista de Trump deverá forçar bancos centrais ao redor do mundo areduzir suas taxas de juros nos próximos meses, começando possivelmente pelo Banco Central Europeu(BCE). O executivo acredita que o cenário de tarifas desencadeará cortes de juros para amorteceros impactos negativos sobre exportações e crescimento econômico na zona do euro.

O BCE deve manter as taxas estáveis nesta semana, mas provavelmente será levado a cortá-lasainda este ano devido ao esfriamento da economia europeia e à intensificação das disputascomerciais. Para Green, isso pode marcar uma redefinição da política monetária global, já queautoridades de vários países terão de atuar para suavizar o impacto da desaceleração nocomércio e no sentimento empresarial. Diante desse panorama, a União Europeia prepara medidas deemergência para o caso das negociações com a Casa Branca fracassarem antes do prazo de 1º deagosto, pois as tarifas de Trump atingiriam fortemente setores-chave como automóveis, produtos deluxo, agricultura e a indústria europeia.

O CEO da deVere afirma que investidores precisam agir deliberadamente e sem pânico diante dessenovo ambiente macroeconômico. Ele recomenda diversificação de carteiras, destacando que ativosdefensivos, como títulos de alta qualidade, ações de grandes empresas pagadoras de dividendos einfraestrutura, devem ganhar espaço. Além disso, sugere atenção para possíveis oscilaçõescambiais, uma vez que cortes de juros pelo BCE podem enfraquecer o euro e levar investidores globaisa reequilibrar sua exposição em moedas estrangeiras.

Nigel Green ressalta que o ciclo de afrouxamento monetário, neste contexto, não serátradicionalmente estimulativo, mas sim um movimento de contenção de danos: cortes de jurosservirão mais para administrar riscos do que estimular crescimento. O efeito dominó das tarifas deTrump, diz ele, pode atingir não só a Europa, mas também Ásia, América Latina e até mesmo oFederal Reserve americano, caso a demanda global enfraqueça ainda mais. Para o executivo, estamosentrando em uma nova era monetária moldada por choques políticos, na qual investidores devem seposicionar para o futuro, em vez de buscar conforto nas estratégias do passado.

Vanessa Zampronho / Safras News

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