Bolsa avança, renova máxima histórica, após dados nos EUA reforçarem corte de juros pelo Fed

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São Paulo, 11 de setembro de 2025 – A Bolsa avança em dia de apetite ao risco, chegou a baterrecorde histórico-144.012,50 pts-, com os dados de inflação nos Estados Unidos eseguro-desemprego corroborando para corte de juros em setembro e mais dois cortes ainda esse ano. Amaioria das ações sobe.

Os investidores devem acompanhar o julgamento dos oito réus da trama golpista pela 1 Turma doSupremo Tribunal Federal (STF). A sessão de hoje está marcada para as 14h com os votos da decanaCármen Lúcia e o ministro Cristiano Zanin, após o voto polêmico do colega Luiz Fux.

O CPI avançou 0,4% em agosto, acima dos 0,3% previsto pelos analistas. Já o núcleo do índicede preços ao consumidor, que exclui a variação dos preços de alimentos e energia, subiu 0,3% emagosto, igual ao registrado em julho. Nos 12 meses encerrados em agosto, o núcleo subiu 3,1%,também o mesmo registrado em julho.Os pedidos de seguro-desemprego semanal subiram para 263 mil, bem acima da estimativa de 235 mil.

Às 12h28 (horário de Brasília), o principal índice da B3 subia 0,85%, aos 143.566,54 pontos.O Ibovespa futuro com vencimento em outubro avançava 0,57%, aos 145.208 pontos. O giro financeiroera de R$ 7 bilhões. Em Nova York, os índices operavam em alta.As ações da Vale (VALE3) subiam 0,83%. Bancos avançam em bloco.

Para Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos, os dados de hoje de inflação eseguro-desemprego elevado ratificam o corte de juros nos Estados Unidos em setembro e mais duasreduções das taxas esse ano.

“Os dados corroboram para três cortes de juros, possivelmente de 0,25 ponto porcentual emsetembro, outubro e dezembro. Com isso, abre espaço para o Banco Central começar a cortar jurosaqui no início do ano que vem. A inflação corrente está persiste, mas expectativa para a delongo prazo está para baixo. O Fed enxerga que com a guerra tarifária, a inflação correnteficará um pouco mais alta. Mas como a questão das tarifas é passageira, o cenário não muda. Opayroll e os dados de atividade nos Estados Unidos estão vindo muito baixo favorecendo o corte dejuros”.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, disse que o CPI veio um pouco acima doesperado na comparação mensal e alcançou 2,9% no acumulado de 12 meses, afastando-se cada vezmais da meta de 2%. Esse movimento tende a gerar desconforto dentro do Federal Reserve, já queocorre em um momento de corte de juros após meses de esforço para controlar os preços. Em abril ainflação estava em 2,3%, após ter recuado de 3% no início do ano, mas desde então voltou aacelerar. No início do ano, parte do mercado projetava que a taxa, hoje em 4,5%, poderia cair paraperto de 3% ou 3,5%. Agora imaginar cortes até abaixo de 4% já parece ousado, sobretudo porquenão há sinais de deterioração econômica relevante. O mercado de trabalho mostraenfraquecimento, mas mais por redução da oferta de mão de obra, ligada à menor migração legale ilegal, do que por queda expressiva da demanda. Isso tem levado à criação de vagas em ritmomenor, mas sem disparada do desemprego.

Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, disse que o CPI de hoje afasta a possibilidade de umcorte de juros mais agressivo pelo Fed.

“O dado dificulta a decisão do Fed para a reunião do Fomc na semana que vem, já que omovimento esperado, de corte na taxa de juros, pode resultar em novos aumentos nos preços. Com ocontexto geral, de enfraquecimento do mercado de trabalho, a expectativa continua sendo de retomadado ciclo de afrouxamento monetário na próxima reunião, mas a possibilidade de um corte maior, de0,5pp, fica afastada após esta leitura do CPI, que também amplia dúvidas sobre o ritmo dos cortesfuturos”.

Soraia Budaibes – soraia.budaibes@cma.com.br (Safras News)

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