Bolsa reduz queda, mas segue de olho no exterior

Uma image de notas de 20 reais

Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

São Paulo, 4 de fevereiro de 2025 – A Bolsa continua a operar em queda, mas reduziu o ímpeto,retomando o patamar de 125 mil pontos, após o recuo do presidente Donald Trump na imposição detarifas comerciais dos Estados Unidos ao México e ao Canadá, pelo menos por um mês.

No entanto, os investidores seguem atentos à guerra tarifária, especialmente em relação à Chinae possíveis reflexos ao Brasil. Nesta terça-feira, a China revidou as tarifas impostas pelos EUAcom taxação de produtos americanos, intensificando a tensão na guerra comercial entre as duasmaiores economias do mundo. Há a expectativa de uma confirmação oficial sobre uma possívelconversa entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, ainda hoje,para discutir uma pausa nas tarifas anunciadas anteriormente sobre a China.

Às 12h40 (horário de Brasília), o principal índice da B3 caía 0,32%, aos 125.555,29 pontos. OIbovespa futuro com vencimento em fevereiro recuava 0,41%, aos 125.865 pontos. O giro era de R$ 5,9bilhões. Em Nova York, os índices operavam em alta.

As ações da Vale (VALE3) operam próximo do zero e as da Petrobras (PETR3; PETR4) operavam emquedas de 0,99% e 0,85%, respectivamente. As ações de siderurgia, mineração e carnes recuam.

Os bancos do Brasil, Bradesco e Itaú sobem e Santander recua.

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, atribui boa parte do movimento negativo de hojeà cautela dos investidores em relação a possíveis impactos da guerra tarifária internacional aomercado brasileiro. Isso se reflete, principalmente, nos dois papéis de maior peso na Bolsa, Vale ePetrobras. Por um lado, devido às incertezas relacionadas à China, o principal mercado deexportação do minério de ferro (e outras commodities brasileiras). Em relação ao petróleo, asincertezas afetam a expectativa de demanda e fazem os preços do Brent e do WTI caírem – na manhãde hoje, as cotações caíam mais de 2% e 3%, respectivamente.

“O movimento reflete o temos dos investidores em relação às consequências da guerra tarifária equanto desse cenário pode acabar respingando no Brasil, que é um mercado emergente e muitodependente da China. Tudo isso afeta a economia como um todo e acaba refletindo em várias açõesda Bolsa brasileira”, resume o analista.

Em relação à ata do Copom, Lima avalia que não houve muitas surpresas em relação ao que jáhavia sido indicado no comunicado, mas suscitou preocupações em relação ao fato de o Copom estaratento à inflação dos alimentos e à possibilidade da inflação seguir alta mesmo com umapolítica monetária tão restritiva.

“A ata também aponta preocupações com o cenário internacional, então, eu reafirmo que boa partedo que estamos vendo nos mercados hoje é um reflexo do que está acontecendo lá fora”, ressalta oanalista da Ouro Preto.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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