Bradesco projeta alta de 1,6% nas vendas do varejo ao fim de 2025, 2,5 pontos abaixo de 2024 

Uma image de notas de 20 reais
Consumo das famílias ajudará a sustentar o varejo nos próximos trimestre
(Bruno Santos/Folhapress)
  • Bradesco projeta alta de 1,6% nas vendas do comércio varejista até o fim de 2025, abaixo 2,2 pontos percentuais na comparação com 2024
  • Motivos são expansão do consumo das famílias, mercado de trabalho aquecido, mas alta segurada pela política monetária mais moderada
Por Victor Marques Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

[AGÊNCIA DC NEWS]. O Bradesco divulgou, na última sexta-feira, seu relatório de projeções para a economia, com projeção de alta de 1,6% nas vendas do comércio varejista, 2,2 pontos percentuais menor que o varificado em 2024, quando o comércio avançou 4,1%. O banco afirma que o consumo das famílias ainda deve se expandir no terceiro trimestre, devido ao mercado de trabalho aquecido e algum potencial impacto de precatórios, que pode inserir R$ 12 bilhões na economia a partir do ano que vem. No entanto, os investimentos dos varejistas devem seguir em desaceleração. “No segundo semestre, esperamos PIB próximo de 0%, encerrando o ano em 2,1%”, afirmou o relatório assinado pela equipe técnica do Bradesco. A pesquisa empresarial indica ainda alguma desaceleração nos termômetros de confiança e também na demanda percebida pelos empresários.

Para o fim de 2025, as projeções se mantiveram, de 2,1% de crescimento real do PIB, manutenção da Selic a 15%, dólar a R$ 5,50, desemprego em 5,9% e dívida bruta em 80,2% do PIB. Exceto pela inflação, que foi reduzida de 4,9% para 4,7% (IPCA anual). O Bradesco espera a manutenção da taxa de juros em 15% para este ano, com o primeiro corte já em janeiro de 2026. “O BC segue mostrando cautela quanto ao nível necessário de juros para garantir a convergência da inflação à meta.” A taxa Selic nominal, acumulada em 12 meses, têm projeção para fechar em 14,33% e a taxa Selic real, descontada da inflação no acumulado em 12 meses, em 9,23%. A projeção de crescimento anual do crédito geral é de 7,4% para este ano.

O banco ainda não determina como suficiente o cenário atual de moderação para antecipar o ciclo de início da flexibilização monetária. Por isso, espera o ciclo de cortes em janeiro, “quando o modelo de inflação do BC deverá estar ao redor da meta.” A análise sobre a taxa de juros ainda afirmou que os dados do segundo trimestre confirmaram os efeitos da política monetária. “Os canais da política monetária, que agiam de maneira tímida e parcialmente obstruídos no início do ano, começaram a atuar.” A projeção da Selic ao fim de 2026 é de 11,75%.

Escolhas do Editor

A inflação é uma das boas notícias analisadas pelo Bradesco. Sua projeção foi reduzida de 4,9% para 4,7% (IPCA anual). “O repasse da valorização do câmbio tem mostrado impactos na redução de custos de produção repassados ao consumidor final.” A previsibilidade da inflação de alimentos “mais bem-comportada”, também contribuiu para a projeção mais otimista. O risco que continua a ser monitorado é o aquecimento do mercado de trabalho sem uma contrapartida de aumento da produtividade. “Esperamos aumento real de rendimentos próximo de 4% no próximo ano”, afirmou o Bradesco. “Isso deve manter a inflação de serviços ao redor de 5%.” Os estudos da instituição apontam alguma redução de Nairu (Taxa de Desemprego Não Aceleradora da Inflação), contribuindo para a não aceleração da inflação. A projeção do desemprego é de leve aumento em 2026, em 6,5%, contra 5,9% ao fim deste ano.

Sobre o PIB, a instituição confirma a trajetória de desaceleração do crescimento, devido aos resultados de setores mais cíclicos e dependentes de juros. Já segmentos ligados a indústria extrativa seguiram com os resultados positivos. O alerta fica para a absorção doméstica, que cresceu abaixo do PIB total pela primeira vez desde 2023 (no gráfico), “indicando alguma diminuição da pressão sobre a capacidade ociosa da economia.” A expectativa é de intensificação desse movimento nos próximos trimestres – com menos crescimento da absorção doméstica.

(Fonte Bradesco)

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