Brasil tem saldo comercial 26% menor em 2025. E mantêm déficit nas negociações com os Estados Unidos

Uma image de notas de 20 reais
Brasil tem superávit de US$ 34,9 bi neste ano, queda de 25,9% ante 2024, com base na média diária
(Eduardo Anizelli/Folhapress)
  • A última vez que o país teve superávit comercial com os EUA foi em 2008. Neste ano, exportações somam US$ 20 bi e importações, US$ 21,7 bi
  • Segundo levantamento da Secretaria de Comércio Exterior, tarifa adicional de 50% incidirá sobre 35,9% das exportações
Por Vitor Nuzzi Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

[AGÊNCIA DC NEWS]. Os dados disponíveis até agora mostram que o Brasil segue deficitário nas transações com os Estados Unidos, que no dia 1º de agosto colocou em prática parte das sanções comerciais anunciadas em 9 de julho. De janeiro a julho, as exportações brasileiras para os norte-americanos somam US$ 20 bilhões, enquanto as importações totalizam US$ 21,7 bilhões – déficit de US$ 1,7 bilhão. No total, o Brasil exportou US$ 192,1 bilhões e importou US$ 157,2 bilhões, acumulando superávit de US$ 34,9 bilhões em 2025. O valor é 25,9% menor que o de igual período do ano passado (US$ 49,1 bilhões), com base na média diária. As exportações crescem 1,3%, enquanto as importações aumentam 10,2%.

Em relação aos Estados Unidos, em que pesem as medidas anunciadas pelo presidente Donald Trump, o Brasil acumula 16 anos seguidos de déficits comerciais. A última vez em que o país teve superávit foi em 2008 (US$ 26,5 bilhões em exportações e US$ 25,6 bilhões em importações). De 2009 até o ano passado, as vendas brasileiras aos norte-americanos somaram US$ 438,7 bilhões, enquanto as importações atingiram US$ 527,5 bilhões – déficit acumulado de US$ 88,8 bilhões. No ano passado, as negociações entre os dois países foram mais equilibradas: US$ 40,4 bilhões de exportações brasileiras e US$ 40,6 bilhões de importações. Todos os dados são do Comex Stat, sistema de informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Na última quinta-feira (31), o ministério divulgou nota informando que aproximadamente 44,6% (US$ 18 bilhões em 2024) das exportações brasileiras para os Estados Unidos não foram atingidas pela tarifa adicional de 50% anunciada por Trump. “A ordem executiva assinada pela Casa Branca traz uma lista com cerca de 700 produtos que ficaram de fora da medida, entre eles aviões, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro”, afirmou o Mdic. Segundo levantamento preliminar da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a tarifa de 50% incidirá sobre 35,9% das exportações – em 2024, esse percentual correspondeu a US$ 14,5 bilhões. Os demais 19,5% das exportações para os EUA (US$ 7,9 bilhões) estão sujeitas a tarifas específicas, aplicadas a todos os países. “A maior parte das exportações brasileiras [64,1%] segue concorrendo com produtos de outras origens no mercado americano em condições semelhantes.”

Escolhas do Editor

O principal parceiro comercial do Brasil continua sendo a China. De janeiro a julho, as exportações somaram US$ 47,7 bilhões e as importações, US$ 35,7 bilhões, com saldo de US$ 12 bilhões. O país também registra superávit (US$ 2,9 bilhões) com a Argentina: US$ 9,1 bilhões exportados e US$ 6,2 bilhões importados.

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