São Paulo, 19 de maio de 2025 – O BTG Pactual reduziu suas estimativas em relação ao desempenhodo Banco do Brasil (BB) após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25),apresentados na noite da última quinta-feira (15), que vieram abaixo das estimativas, que já nãoeram boas. Os analistas rebaixaram a recomendação da ação BBAS3 de compra para neutro e opreço-alvo para o ano de 2025 de R$ 34 para R$ 30, o que ainda implica uma alta de 17% em relaçãoao preço de fechamento de sexta-feira, citando elevada incerteza em torno das estimativas para ospróximos trimestres para reduzir a previsão de lucro, além de valor contábil menor impactadopela Resolução 4.966.
“Agora vemos o BBAS3 sendo negociado em 0,82x o BV mais recente e 5x PE25 de acordo com nossas novasestimativas. Supondo uma taxa de pagamento de 40%, o rendimento de dividendos ainda é atraente de7,4%”, escreveram os analistas, em relatório divulgado na sexta-feira (16).
“Embora a avaliação continue pouco exigente e pode-se argumentar que podemos estar chegando pertodo pico de inadimplência no agronegócio decidimos fazer uma pausapor enquanto e rebaixar as ações do BB de compra para neutra. Os resultados do 1T25 foram “pioresdo que se temia” e acreditamos que a teleconferência não conseguiu responder a todas aspreocupações levantadas por investidores e analistas”, comentaram.
O BTG destaca a transparência da administração do BB ao reconhecer que eles também foramsurpreendidos negativamente em relação aos números e avalia que as coisas ainda podem piorarantes de melhorarem, citando que o balanço não parece tão forte como há alguns anos. Nasexta-feira (16), a ação corrigiu “apenas” 13% – menos do que temiam os analistas – por isso,eles disseram que preferem permanecer neutros, esperando ou por uma correção adicional ou maiorclareza sobre resultados futuros.
A análise pontua que o BTG elevou a recomendação de neutro para compra em fevereiro de 2022 e,desde o upgrade e incluindo dividendos as ações do BB entregaram um retorno de 89%, superando oIbovespa em 22% por uma ampla margem, enquanto Itaú e Bradesco subiram 83% e 1%, respectivamente,sobre o mesmo período.
Os analistas explicam que, depois de incorporarem os números do primeiro trimestre no seu modelo ecom a ressalva de que estão reconhecidamente um pouco perdidos em relação à avaliação – estãofazendo um corte significativo nas estimativas de ganhos. “Uma receita mais fraca e um crescimentocontínuo nas provisões agora nos levam a esperar um lucro líquido de R$ 6,5 bilhões no 2T25,antes de uma recuperação para uma média de R$ 7,8 bilhões por trimestre no segundo semestre.Isso implica lucro líquido ajustado de R$ 29,4 bilhões no ano (queda de 22% na comparação anuale ROE de 15,6%), o que representa uma queda de 25% em relação à nossa estimativa anterior etambém 25% abaixo do ponto médio da faixa do guidance anteriormente previsto pela companhia (eagora suspenso)”, detalham.
Devido a comparações mais fáceis e a provável diluição dos impactos regulatórios, o BTG agoraespera um crescimento mais forte do EPS em 2026 do que antes (+13% vs. +5% no nosso modeloanterior). No entanto, em em termos absolutos, projeta agora um lucro líquido de R$ 33,1 bilhões(ROE de 16,5%) para 2026, o que caiu 19% em relação à estimativa anterior e 21% abaixo doconsenso. “Considerando o forte desempenho e nossa confiança decrescente nas previsões de curtoprazo do BB resultados, preferimos ficar à margem por enquanto.”
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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