Caiado diz confiar na Justiça, promete anistia a Bolsonaro e diz que direita nunca esteve unida

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SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – O governador de Goiás e pré-candidato à Presidência da República, Ronaldo Caiado (União Brasil), reafirmou sua confiança na Justiça, prometeu anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e demais condenados do 8 de Janeiro caso seja eleito presidente e afirmou que a direita nunca esteve unida.

As declarações foram dadas na tarde desta quinta-feira (11), em Salvador, após o STF (Supremo Tribunal Federal) consolidar maioria para condenação de Bolsonaro na trama golpista.

A Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes, sob acusação de liderar uma trama para permanecer no poder. É a primeira vez na história do país que um ex-presidente é punido dessa forma.

Em entrevista à imprensa, Caiado evitou discutir o mérito da decisão do STF, mas ponderou que o julgamento deveria ter sido realizado no plenário da Corte e não em uma das turmas. Na sequência, afirmou eu concederá anistia para Bolsonaro e demais condenados caso chegue à Presidência.

“No primeiro dia, vou assinar anistia ampla, geral e irrestrita para todos [os condenados] do 8 de Janeiro, incluindo o Jair Bolsonaro. […] Eu sei dos compromissos que faço e da responsabilidade que tenho. Eu não uso demagogia, eu falo na anistia para pacificar o Brasil”, afirmou.

Para Caiado, o que aconteceu no 8 de Janeiro não pode ser caracterizado como tentativa de golpe de Estado. Ele argumenta que não havia estrutura nem pessoas armadas para tomar o poder.

Na sequência, o governador disse confiar na Justiça, marcando um contraponto ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que nas últimas semanas disse que não confia na Justiça e chamou o ministro do STF, Alexandre de Moraes, de tirano e ditador.

“Lógico que confio na Justiça. Eu sou um homem que prezo pela discussão dentro do poder judiciário. Na democracia, você não pode excluir nenhum poder. Se você exclui um poder, não é democracia, é ditadura”, afirmou.

Ao avaliar o cenário para as eleições presidenciais de 2026, Caiado afirmou que a direita nunca esteve unida e disse acreditar em uma pulverização, com diversas candidaturas deste campo político.

“Nunca houve unificação da direita, nunca existiu. Pelo contrário: para nós enfrentarmos um governo inconsequente como o do Lula, precisamos ter uma pulverização de candidaturas” afirmou Caiado, que disse que Bolsonaro pode ser candidato mesmo com a condenação.

“Não muda nada com esse julgamento. Ele [Bolsonaro] pode colocar-se como candidato como Lula fez, buscar alguém para botar na vice. Pode colocar um parente dele, é uma prerrogativa que ele tem”, disse.

Bolsonaro está inelegível e em prisão domiciliar por ordem de Alexandre de Moraes, relator do caso e condutor da tese julgadora que acabou vencedora. Nome da corte à frente das diversas investigações relacionadas ao ex-presidente, ele é também o principal alvo de críticas do bolsonarismo.

A condenação do ex-presidente, cuja pena pode ultrapassar 40 anos de prisão, se dá em meio à pressão de aliados por uma anistia no Congresso e está inserida em um ambiente de polarização política com implicações na eleição presidencial de 2026.

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