Carros elétricos são 400 mil nas ruas, diz ABVE. Alta dos juros faz Anfavea moderar projeção

Uma image de notas de 20 reais
Depois de alta de 15% nas vendas em 2024, Anfavea projeta 5,6% neste ano
Fotoarena/Folhapress
  • Segundo entidade que representa setor de veículos eletrificados, vendas cresceram 89% em 2024, com o recorde de 177 mil unidades
  • Associação das montadoras esperava voltar à marca de 3 milhões neste ano (após uma década), mas reduziu estimativa para 2,8 milhões
Por Vitor Nuzzi Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

[AGÊNCIA DC NEWS]. Com novo recorde de vendas em 2024, o número de veículos eletrificados rodando no Brasil chegará neste mês à marca de 400 mil. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), foram vendidas 177,4 mil unidades no ano passado, quantidade recorde e com 89% a mais do que em 2023. Excluídos os chamados micro-híbridos, o total se mantém como o maior da série, com 173,5 mil (+85%). Já os dados ainda não fechados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontam crescimento de 15% nas vendas em 2024, com 2,65 milhões de veículos emplacados. A entidade projeta vendas de 2,8 milhões neste ano, o que representaria alta de 5,6%. Os resultados finais serão divulgados na próxima terça-feira (14).

“Neste ano tivemos um segundo semestre fantástico, o melhor dos últimos dez anos, depois de um início de ano com alguns problemas”, afirmou o o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. Entre esses problemas, ele cita greves no setor público e as enchentes no Rio Grande do Sul. “Esperamos começar o ano nesse ritmo acelerado e fazer de 2025 o último degrau da volta ao patamar de 3 milhões de unidades vendidas.” A associação esperava retornar a essa marca – após dez anos – já em 2025, mas o novo ciclo de alta dos juros fez as empresas do setor automobilístico moderarem suas estimativas.

O crescimento da produção em 2024 é calculado em 10,7%, com 2,6 milhões de veículos. Para a este ano, a projeção é de 6,8% (2,7 milhões). Segundo a Anfavea, a diferença entre produção e vendas se explica por dois fatores: estagnação das exportações e alta “impressionante” das importações. As vendas de modelos vindos de fora do país cresceram 31,5% (463 mil), com predominância da China. A participação dos importados foi de 17,4%, a maior em uma década. Dados divulgados no dia 6 (segunda-feira) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostraram que as importações de veículos cresceram 43% no ano passado – e 201% no caso dos veículos chineses. O setor automobilístico criou 10 mil empregos diretos.

Escolhas do Editor

A ABVE ainda não fez projeções para 2025. “Foi um ano espetacular para a eletromobilidade, um ano de crescimento sustentável e números muito expressivos”, disse o presidente da entidade, Ricardo Bastos. Mas a ABVE informou que deixará de incluir os micro-híbridos, por questões técnicas. “Teremos considerar a separação das estatísticas desses modelos daquelas dos veículos que efetivamente podem ser considerados eletrificados.”

A associação considera as tecnologias “com algum grau significativo” de eletrificação. Isso inclui, entre outros, os 100% elétricos (BEV), que representam 35% do mercado, os híbridos plug-in (PHEV), que são 36% e o híbridos “puros” (HEV, 11%). De acordo com os dados da entidade, a BYD concentra 43,3% do mercado, seguido de GWM (16,5%) e Toyota (11,5%). Há três anos no Brasil, a BYD informou que fechou o ano com 76,7 mil veículos vendidos, crescimento de 327,7% em relação aos emplacamentos de 2023. Em todo o mundo, as vendas foram de aproximadamente 4,3 milhões de unidades, alta de 41%. Os híbridos plug-in (crescimento de 73% em 2024) representaram 59% do total.

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