São Paulo, 10 de julho de 2025 – Centrais sindicais brasileiras manifestaram-se nesta quinta-feira(10) contra o tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras, anunciado pelo governo dosEstados Unidos (EUA). As informações são da Agência Brasil.
Para as oito centrais que assinam o manifesto, a medida é intempestiva e remete à memória daparticipação dos EUA no golpe de 1964 e não passa de uma reação hostil às decisões do SupremoTribunal Federal envolvendo empresas norte-americanas que atuam no Brasil, além de ser um conluiocom o bolsonarismo, que insiste em alimentar polarizações e estimular grupos de extrema-direita atraírem os interesses nacionais.
Na quarta-feira (9), o presidente dos EUA, Donald Trump, enviou uma carta ao presidente Luiz InácioLula da Silva anunciando a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileirasao país norte-americano, a partir do dia 1º de agosto. No documento, Trump justifica a medidacitando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativade golpe de Estado.
Segundo as centrais sindicais, um aumento abrupto de 50% nas tarifas sobre as exportações ameaçadiretamente a indústria e o agronegócio, além de diversos setores produtivos, com risco real dedemissões em massa, fechamento de empresas e agravamento do desemprego. A medida também tende aencarecer o custo da produção, pressionando a inflação e elevando o custo de vida e traz o riscode instabilidade cambial.
Diante desse ataque à nossa soberania, apoiamos a resposta firme e altiva do governo federal,liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e saudamos a recente aprovação da Lei daReciprocidade Econômica. O governo deve utilizar todos os instrumentos legais para proteger nossaeconomia e o povo brasileiro. É também necessário exigir a cassação do mandato do deputadofederal Eduardo Bolsonaro que, mesmo abrigado no exterior e recebendo salários pagos pelapopulação brasileira, agiu como um verdadeiro agente estrangeiro ao fomentar sanções contra opróprio país. Isso configura crime de lesa-pátria, acrescentam as representações sindicais.
Para as centrais, o Brasil deve preservar e fortalecer suas relações internacionais, buscando umasolução pacífica, multilateral e justa. “Confiamos que o governo saberá equilibrar firmeza ediplomacia para impedir a escalada de uma crise. Reafirmamos, por fim, nosso compromissoinegociável com a soberania nacional, com a legitimidade das instituições democráticas e com osdireitos da classe trabalhadora, diz ainda o manifesto.
Assinam o documento a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical, a União Geral dosTrabalhadores (UGT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Central dosSindicatos Brasileiros (CSB), a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), a Intersindical Central da Classe Trabalhadora e a Central do Servidor.