Cia demite cerca de mil bancários sem qualquer advertência prévia ou diálogo, diz sindicato (amplia)

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Acrescenta posicionamento do Itaú.

São Paulo, 8 de setembro de 2025 – O Sindicato dos Bancários informa que o Itaú Unibanco demitiu,nesta segunda-feira (8/9), cerca de mil bancários e bancárias de unidades da instituição em SãoPaulo (SP), que trabalhavam em regime híbrido ou integralmente remoto.

Segundo o sindicato, “a justificativa do banco foi que esses empregados estavam sendo monitoradoshá mais de seis meses e foi detectada ‘baixa aderência ao home office’, porém, os trabalhadoresforam dispensados sem qualquer advertência prévia e sem qualquer diálogo com o Sindicato, numclaro desrespeito aos bancários e à relação com o movimento sindical”.

Hoje fomos surpreendidos com essa demissão em massa feita pelo banco. O banco afirma que osdesligamentos se baseiam em registros de inatividade nas máquinas corporativas, em alguns casos,períodos de quatro horas ou mais de suposta ociosidade. No entanto, consideramos esse critérioextremamente questionável, já que não leva em conta a complexidade do trabalho bancário remoto,possíveis falhas técnicas, contextos de saúde, sobrecarga, ou mesmo a própria organização dotrabalho pelas equipes, critica o diretor do Sindicato e bancário do Itaú, Maikon Azzi.

O dirigente critica ainda a forma como foram feitas as demissões. O mais grave, porém, é a formaarbitrária e desumana com que essas demissões ocorreram. Não houve qualquer diálogo prévio comos trabalhadores nem com as entidades sindicais. Foram dispensas em massa, realizadas de formaunilateral, sem transparência e sem respeito aos princípios de negociação e mediação, aindaque a reforma trabalhista, por meio do artigo 477-A da CLT, tenha retirado a obrigatoriedade deautorização prévia do Sindicato. Ou seja, mesmo com seis meses de monitoramento, não houvequalquer tentativa de diálogo pelo banco, não houve advertência, feedback ou qualquer outrasinalização para a correção de condutas, e nem mesmo oportunidade para que os empregadospudessem se defender”.

O Sindicato dos Bancários disse que contatou o banco e pediu explicações. Seguiremos exigindo queo Itaú se manifeste com uma justificativa plausível e responsável para essas demissões e que osdireitos dos trabalhadores sejam respeitados, informa Maikon.

O home office não pode ser uma desculpa para aprofundar o controle excessivo, a vigilância abusivae o desrespeito às relações de trabalho. Exigimos mais respeito, mais diálogo e mais humanidade,diz ainda o dirigente.

O Sindicato dos Bancários também cobra que essas cerca de mil vagas sejam repostas, pois ostrabalhadores já estão sobrecarregados.

A presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro, também argumenta que com o lucro reportado nos últimosresultados, o banco não tem nenhuma justificativa para demitir. Apenas no último semestre, o Itaúobteve lucro superior a R$ 22,6 bilhões, com rentabilidade em alta, consolidando-se como o maiorbanco do país em ativos. É inaceitável que uma instituição que registra lucros bilionáriospromova demissões em massa sob a justificativa de produtividade. Os avanços tecnológicos e osganhos de produtividade decorrentes da digitalização poderiam ser revertidos em melhorescondições de trabalho e emprego estável. No entanto, enquanto os trabalhadores são sacrificados,os acionistas seguem acumulando ganhos recordes.

Mesmo com esse resultado, o Itaú segue extinguindo postos de trabalho: em 12 meses, o banco cortou518 postos de trabalho, reduzindo o quadro de pessoal da holding a 85.775 empregados, afirma oSindicato dos Bancários.

A Agência Safras News entrou em contato com o Itaú sobre o assunto, que enviou a seguinte nota:

O Itaú Unibanco realizou hoje desligamentos decorrentes de uma revisão criteriosa de condutasrelacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada. Em alguns casos, foram identificados padrõesincompatíveis com nossos princípios de confiança, que são inegociáveis para o banco. Essasdecisões fazem parte de um processo de gestão responsável e têm como objetivo preservar nossacultura e a relação de confiança que construímos com clientes, colaboradores e a sociedade.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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