São Paulo, 1 de agosto de 2025 – Em teleconferência de resultados do segundo trimestre nestasexta-feira, a diretoria da Vale disse que poderá volta a distribuir dividendos extraordináriosnos próximos meses se o preço do minério de ferro chegar a US$ 100.
“Se continuarmos a ver os preços de minério de ferro em torno de US$ 100, podemos voltar a pagardividendos extraordinários ou a fazer recompras de ações adicionais, uma das opções, a dependerdo desempenho do mercado”, comentou Marcelo Bacci, vice-presidente de Finanças e Relações comInvestidores da Vale, após questionamento de analistas.
Em relação ao retorno aos acionistas, Bacci disse que a companhia anunciou o dividendo em jurossobre o capital própria e o uso de derivativos, mas que no segundo semestre, pode apresentar outrasdistribuições aos acionistas.
“Sobre os derivativos, precisamos ser muito precisos em relação ao tipo utilizado, para atender àlegislação brasileira. O critério de escolha é o custo para a companhia e por isso, no segundosemestre, vamos avaliar qual poderá ser usado de acordo com as condições do mercado no momento”,disse o executivo.
A diretoria da Vale também disse vai vender 10 milhões de toneladas de minério para a India e queespera aumentar esse volume em parceria com alguns players, para atender que a demanda do páis, queaumentou sua produção de aço cru e, consequentemente, a importação de commodities para atenderessa expansão.
A diretoria da Vale também comentou os principais desenvolvimentos da companhia em redução decusto fixo e melhoria da produtividade e destacou o fluxo de caixa saudável apresentado nosresultados divulgados na noite de ontem (31/7). A companhia destaca que atingiu produção recordenos últimos anos nos três negócios, com fortes reduções anuais de all-in, sendo 10% em minériode ferro, 60% em cobre e 30% em níquel.
A Vale prevê reduzir o custo caixa C1 de minério de ferro de um intervalo entre US$ 20,5 e US$ 22por tonelada, para US$ 20/t em 2026. Nesse sentido, disse que vem diluindo os custos fixos conformea produção aumenta e vem executando programas de eficiência.
“Em relação ao custo, estamos confiantes em entregar o guidance para este ano em minério deferro. Em relação ao níquel, a previsão é entregar uma redução no meio do ano que vem”,comentou o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Vale.
A diretoria da Vale disse que a troca na Vale Base Metals não vai alterar a estratégia para adivisão. Em 25 de junho, a companhia anunciou a saída de Mark Cutifani do cargo de presidente doConselho de Administração da controlada, para se dedicar a novos projetos profissionais. Naocasião, a mineradora elegeu o seu presidente e membro do Conselho, Gustavo Pimenta, que desdejulho, acumula a posição.
Em relação aos projetos previstos até 2030, a Vale disse que a demanda por alto-fornos está altamas que espera que se normalize nos próximos meses. “A despeito das exportações da China queestão impactando o mercado de alto-fornos, esperamos que a demanda por pelota se recupere”,comentou.
A Vale disse que a produção da linha de briquete está estabilizando, com 40 mil toneladas emjunho. “Temos muito interesse de clientes, com um backlog de clientes querendo testar. Já fizemos10 pré-testes industriais, com 100% de briquetes atendendo o mix, como em alto-forno maior. Osresultados estão excelentes, melhores que com pelotas. Estamos planejando mais dois testesindustriais neste ano”, comentou a diretoria. “Também tivemos boas indicações de produtividade.Os briquetes levam a uma produção muito maior. Após os testes, acreditamos que será umarevolução na indústria”.
A Vale disse que os custos com processos de licenciamento ambiental aumentaram muito para acompanhia devido a investimentos em melhorias realizados, e que espera modernizar em torno dodecreto de cavidades. “Estamos preparados para trabalhar em torno de qualquer decreto econseguirbons resultados em projetos que demandam licenciamento”, disse.
A Vale também disse que avalia uma joint venture em cobre mas que vai comunicar issoposteriormente. “Esses planos para a exploração de cobre não foram incluídos no guidance daempresa para a commodity”, disse o executivo da Vale.
A Vale também reiterou a previsão de início da operação do Projeto Bacaba no primeiro semestrede 2028. Em junho, a companhia obteve a licença prévia para o projeto decobre, localizado em Canaã dos Carajás (PA), que tem como objetivo estender a vida útil doComplexo Minerador de Sossego, contribuindo com uma produção média anual deaproximadamente 50 ktpa ao longo de 8 anos de operação. Serão investidos aproximadamente US$ 290milhões durante a fase de implantação do projeto.
Segundo a companhia, este será o primeiro de uma série de projetos de cobre que a Vale pretendedesenvolver na província mineral de Carajás, com o objetivo estratégico de dobrar sua capacidadeprodutiva de cobre na próxima década.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
Copyright 2025 – Grupo CMA