São Paulo, 10 de setembro de 2025 – Na primeira semana de setembro, a Refinaria Henrique Lage(Revap) da Petrobras, em São José dos Campos (SP), realizou testes para a produção de SAF apartir do coprocessamento de óleo vegetal em mistura com correntes tradicionais de petróleo.
O combustível sustentável de aviação, também conhecido como SAF (Sustainable Aviation Fuel),pode substituir diretamente o querosene convencional sem necessidade de modificações nas aeronavesou na infraestrutura de abastecimento. Isso o torna uma solução prática e imediata para reduziras emissões do setor aéreo.
Durante o teste na Revap, foi misturado óleo vegetal ao processo tradicional de produção doquerosene de aviação (QAV). O teor de óleo vegetal no produto atingiu o patamar de até 1,2%, ummarco fundamental na produção de combustíveis mais sustentáveis para a aviação. De acordo como gerente geral da Revap, Alexandre Coelho Cavalcanti, trata-se de uma abordagem de menorinvestimento para a produção de combustíveis com conteúdo renovável, pois utiliza os ativosexistentes”, avalia.
A consolidação da rota tecnológica de produção de SAF por coprocessamento é especialmenterelevante para o mercado, considerando as futuras exigências do setor. A partir de 2027, ascompanhias aéreas no Brasil deverão começar a usar, obrigatoriamente, esse tipo de combustível,com base na Lei do Combustível do Futuro e da fase obrigatória do CORSIA, que é o programa daOrganização da Aviação Civil Internacional (OACI) para redução e compensação de emissões deCO2 provenientes dos voos internacionais.
Compromisso com a transição energética justa no setor
Segundo o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, o avançorepresenta um marco tecnológico para a Petrobras e um passo importante para o Brasil no cenárioglobal de combate às mudanças climáticas. A iniciativa demonstra o compromisso da Petrobras com ainovação e a sustentabilidade, preparando-se para atender às demandas futuras de um setor aéreomais sustentável, disse o diretor.
Recentemente, a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, obteve a autorização daAgência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para incorporar até 1,2% dematéria-prima renovável na produção de SAF. A previsão é que, a partir dos próximos meses, arefinaria inicie a produção para comercializar.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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