Com apoio do FBI, Paraguai terá base antiterrorista contra o Hezbollah na fronteira com Brasil, diz TV

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Paraguai terá uma base de combate ao terrorismo na tríplice fronteira com o Brasil e a Argentina, onde agentes terão apoio do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos. A informação foi dada pelo ministro do Interior do país, Enrique Riera, em entrevista à rede CNN.

“O Paraguai terá um centro antiterrorista com apoio do FBI. Nós declaramos o Hezbollah como uma organização terrorista, e não somente os homens armados, como todos os membros do partido”, afirmou ele à emissora, ressaltando a facção libanesa apoiada pelo Irã.

Riera também disse que a base funcionará para combate ao crime organizado porque, de acordo com o ministro, o terrorismo e o crime organizado estão ligados e se financiam.

A tríplice fronteira entre os países é uma das principais rotas do tráfico de drogas que abastece as duas maiores facções brasileiras, o PCC e o Comando Vermelho.

A declaração de Riera foi dada na mesma semana em que Assunção e Washington assinaram um memorando de entendimento relativo à imigração e pedidos de asilo nos EUA. O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, e o chanceler paraguaio, Rubén Ramírez Lezcano, assinaram o documento nesta quinta-feira (14), em Washington.

O acordo facilita aos solicitantes de asilo que estão atualmente nos EUA a apresentação de seus pedidos no Paraguai, informou Rubio em comunicado.

O presidente paraguaio, Santiago Peña, “é um grande aliado e parceiro forte dos Estados Unidos”, declarou o secretário de Estado americano durante a assinatura do acordo que, segundo ele, contribuirá para prevenir “a imigração ilegal” que “representa uma ameaça à segurança nacional”, uma das prioridades de Washington.

Um acordo de cooperação na segurança assinado entre Brasil, Argentina e Paraguai em junho excluiu trechos que classificavam organizações criminosas como terroristas, medida que é tem sido pedida pelos EUA em negociações com países latino-americanos.

Desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca, Washington tem pressionado países de toda a região para que cartéis, gangues e facções criminosas sejam classificadas de terroristas, além de ter aumentado a recompensa por criminosos e até líderes políticos que são assim considerados pelos EUA, como o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.

No início deste mês, o governo Trump dobrou de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões (R$ 273,1 milhões) a recompensa por informações que levem à prisão Maduro. Washington acusa o líder chavista de atuar como um dos principais narcotraficantes do mundo e de representar uma ameaça à segurança americana.

Recentemente, Trump assinou de forma sigilosa uma diretriz que autoriza o Pentágono a empregar militares em ações contra determinados cartéis de drogas da América Latina classificados por seu governo de organizações terroristas.

A medida é uma das mais agressivas escaladas do governo republicano na guerra às drogas, uma vez que amplia o papel das Forças Armadas em funções tradicionalmente atribuídas a agentes de aplicação da lei —forças policiais, no geral. Entre os objetivos declarados, está conter o fluxo de fentanil, responsável por uma crise de opioides no país, e outras drogas ilegais.

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