Com foco em entretenimento, Mooca Plaza Shopping garante taxa de ocupação em 98%, acima da média do mercado
Gustavo Massagardi: “O varejo físico precisa oferecer experiências. Não há competir com a internet"
(Andre Lessa / Agência DC News)
O empreendimento tem como foco o conceito one stop shop, onde o cliente pode resolver todas as demandas do dia no mesmo local
Com alto fluxo, o público é majoritariamente das classes A e B, com média de idade de 39 anos
Por Aryel FernandesCompartilhe:
[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS] Para garantir a manutenção da taxa de ocupação em 98,4% (acima da média de 95,1% do mercado em agosto, segundo a Abrasce), o Mooca Plaza Shopping se coloca como mais que um espaço do varejo tradicional. O mall se denomina um centro de entretenimento, lifestyle, gastronomia e compras. Inaugurado em 2011 e gerenciado pelo Allos – antiga BRmalls, que tem mais de 50 shoppings – a busca é por proporcionar experiências diferenciadas para atrair clientes. “Com alta taxa de ocupação, buscamos aprimorar continuamente o mix de lojas”, afirmou o Superintendente do Mooca Plaza Shopping, Gustavo Massagardi, em entrevista à AGÊNCIA DC NEWS. Neste ano, o centro comercial adicionou ao seu mix “duas grandes inaugurações”: Sephora e Companhia Athetica. Esta ampliação de lojas e o conceito one stop shop – onde o cliente pode resolver todas as demandas do dia no mesmo local – é a receita do gestor para manter alto o fluxo do público das classes A e B, com média de idade de 39 anos.
A ocupação do Mooca, inclusive, ficou acima da média entre os outros empreendimentos administrados pela Allos, que somaram, no segundo trimestre de 2025, 96,1%. O bom resultado, na figura de Massagardi, rendeu ao shopping o Prêmio Empresário de Valor 2025, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), como destaque da distrital Mooca. E o otimismo só aumenta. O segundo semestre é considerado o melhor período para o varejo, em função das muitas datas comemorativas com apelo em vendas. “Nos preparamos para datas comemorativas como Dia das Crianças, Black Friday e Natal, buscando oferecer temas diferenciados e inéditos”, disse. Sem revelar investimentos, faturamento e expectativas, uma vez que a Allos tem capital aberto, o gestor afirmou apenas que o empreendimento “deve finalizar o ano com bons resultados.”
Os bons resultados, inclusive, não dependem apenas da venda tradicional, no balcão da loja. “O varejo físico precisa oferecer experiências. Não tem como competir com a internet em termos de preço e informação”, afirmou o superintendente. Para ele, atualmente, experiências como lojas com café, barbearias e serviços como emissão de passaporte são fundamentais para a manutenção do público fiel. O shopping possui 212 lojas, sendo cinco lojas-âncoras. Há ainda 11 restaurantes com serviço de mesa, além de uma praça de alimentação com mais de 20 opções gastronômicas. Ao todo são 253 operações quando incluído serviços. De acordo com Massagardi, outro destaque do shopping é o programa de benefícios com mais de 100 mil clientes cadastrados. “Os membros são divididos em três categorias com base em recorrência e gastos. As lojas oferecem benefícios para cada nível.” Uma das promoções em vigência, até o final de setembro, é a “Compre um e ganhe outro” em pratos, sobremesas e cafés. Essa estratégia também está alinhada com o setor. Outro levantamento da Abrasce mostra que 26% dos shoppings brasileiros já oferecem programas de relacionamento aos consumidores.
No relacionamento com o lojista, Massagardi disse que o diferencial do Mooca Plaza é a proximidade com os lojistas, um dos grandes pilares da gestão e o fluxo qualificado de clientes. Segundo o gestor, o shopping investe continuamente em melhorias e prioriza que os lojistas vendam, atendam e ofereçam experiências positivas ao cliente. “O shopping não é apenas um empreendimento imobiliário, mas uma empresa de varejo.” Outro polo de atuação é a escuta ativa dos consumidores. “Promovemos encontros para ouvir nossos clientes. Esse feedback é fundamental para aprimorar a integração os serviços que oferecemos”, disse. O processo de curadoria é contínuo e baseado em dados, atendendo demanda dos clientes e analisando tendências para equilibrar o mix de lojas. “Nosso objetivo é evitar repetições e identificar oportunidades, como a inclusão de lojas que estejam faltando no mix”, afirmou Massagardi.
Para ele, o shopping já nasceu com uma estrutura consolidada, tanto por ser uma construção recente quanto conseguir incluir tendências de design, por exemplo. “A iluminação natural e os dois pisos facilitam a circulação e contribuem para o desempenho das lojas”, disse. A estratégia também aposta em mais duas áreas: kids e pet-friendly. “Nossos restaurantes são pet-friendly e inauguramos um parque de mais de 1 mil metros quadrados para animais de estimação”, afirmou. O espaço kids oferece brinquedos ao ar livre, é gratuito, está localizado próximo ao Pet Park e é monitorado por seguranças. “Possuímos espaços de piquenique cobertos e arborizados, adequados para famílias.”
A iluminação natural e os dois pisos facilitam a circulação e contribuem para o desempenho das lojas (Andre Lessa / Agência DC News)
Além disso, o empreendimento oferece entretenimento familiar o ano inteiro, com eventos internos e externos. A programação apresenta atrações específicas e o shopping tem salas de cinema e teatro. O gestor diz que o cliente busca muito mais do que varejo: “Ele quer gastronomia, saúde, entretenimento e marcas relevantes. Nosso papel é entregar essa experiência completa”. A comunicação digital é a ponta final da estratégia de comunicação do Mooca Plaza, com uma forma de manter o cliente próximo e engajado. “Criamos conteúdo relevante, divulgamos campanhas e sorteios mensais nas redes sociais”, disse Massagardi. O shopping divulga ainda o conteúdo dos lojistas.
GESTÃO – Perguntado sobre o que a gestão de shopping center precisa ter, Gustavo Massagardi, que iniciou a sua trajetória dentro da ALLOS em 2011, afirma que é uma função multifacetada. “É preciso ser um gestor completo: lidar com crises, conduzir equipes e, ao mesmo tempo, transmitir a cultura da organização”, disse o superintendente. Segundo ele, o mais importante é conciliar os interesses de empreendedores, lojistas e clientes. O feedback dos clientes também é fundamental para identificar áreas de melhoria, como iluminação, limpeza e acessibilidade. Além disso, Massagardi afirma que a gestão de um shopping envolve tanto aspectos internos quanto externos. “O shopping é um grande gerador de empregos, com mais de 2,5 mil cargos diretos e indiretos.” Ele diz que o empreendimento precisa ter um bom relacionamento com o poder público, empresas de regulamentação de tráfego, associações e sindicatos, buscando a melhoria do entorno.
