Com portfólio diverso e alta demanda, Fujifilm dobra faturamento em 5 anos no Brasil

Uma image de notas de 20 reais
Nova geração tem buscado mais aparelhos de impressão imediata da imagem
(Divulgação)
  • No primeiro semestre receita global soma US$ 9,8 bilhões, alta de 3,8% sobre um ano antes; Américas representam 20% da valor
  • Próximos passos da companhia incluem fortalecer operações no Brasil, onde mantém fábrica em Manaus desde 1993
Por Anna Scudeller

[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS]
A Fujifilm mantém forte o ritmo de expansão fora da Ásia apoiada no desempenho das Américas, que geraram receita de US$ 1,94 bilhão no primeiro semestre fiscal de 2025 — alta nominal de 0,4% e aproximadamente 20% da receita global. Nesse movimento, o Brasil ganha peso no plano internacional da companhia, impulsionado pela ampliação do portfólio e pelo avanço da Instax  – linha de câmeras que imprimem fotos na hora e se tornou fenômeno entre jovens consumidores. “O produto Instax tem total sinergia com a geração Z, que valoriza novidades e experiências autênticas”, afirmou Emerson Stein, diretor comercial e de negócios, em entrevista à AGÊNCIA DC NEWS. No Brasil, as receitas dobraram em cinco anos. A companhia não informa números regionalizados.

Presente no Brasil desde 1958, a Fujifilm consolidou sua atuação local com a abertura da fábrica de Manaus em 1993. No mundo, a Fujifilm Corporate é composta por 270 empresas. No segundo trimestre fiscal de 2025, a companhia registrou faturamento de aproximadamente US$ 5 bilhões — ou 804,4 bilhões de ienes — resultado 7% superior ao de igual período do ano anterior. No acumulado do semestre, a receita global somou cerca de US$ 9,8 bilhões (1,57 trilhão de ienes), alta de 3,8% sobre um ano antes. No relatório de resultados, a Fujifilm destacou que “o desempenho reflete a expansão contínua de negócios estratégicos e o fortalecimento do portfólio em segmentos de maior demanda”, avaliação que, segundo Stein, também se aplica ao avanço da marca no Brasil.

O incremento global da Fujifilm tem sido puxado pelo segmento de Imaging – divisão que reúne câmeras digitais, a linha instantânea Instax e soluções de impressão e papel fotográfico. No segundo trimestre fiscal de 2025, essa unidade registrou receita de cerca de US$ 914 milhões, alta de 15,6% na comparação anual, impulsionada pela demanda por equipamentos híbridos e produtos voltados à personalização. Segundo Stein, esse desempenho se deve à inovação contínua do portfólio. “A empresa está sempre em busca de novas tecnologias, seja desenvolvendo internamente ou em parceria com outras companhias.”

Escolhas do Editor

A digitalização acelerada e o avanço de novos modelos de imagem exigem da Fujifilm uma agenda constante de inovação, movimento que a companhia vê como essencial para sustentar competitividade nos próximos anos. “Nosso foco é continuar crescendo de forma sustentável e inovadora”, afirmou Emerson Stein. Os desafios, no entanto, surgem na mesma frequência que as oportunidades: se, por um lado, a expansão tecnológica abre novas janelas de crescimento, por outro escancara fragilidades da cadeia de produção. O relatório fiscal cita a alta persistente do preço da prata – insumo crítico para papéis fotográficos e produtos instantâneos – como um dos fatores que pressionam custos e necessitam de ajustes contínuos na operação global.

OUTRAS FRENTES – Desde a década de 1990 a empresa tem diversificado o portfólio. Além das linhas de imagem, a empresa atua em soluções médicas (como mamografia, ultrassom e sistemas de raio-X) e no segmento de impressão gráfica, que inclui equipamentos digitais de alta performance para impressão profissional. Esses negócios, frequentemente destacados nos relatórios corporativos como vetores de expansão, ajudam a diluir riscos setoriais e a sustentar o crescimento da holding em mercados distintos. No Brasil, essa lógica se repete: a operação combina produtos de consumo, serviços para saúde e tecnologia de impressão, compondo uma estrutura que reforça a resiliência da marca no longo prazo.

Segundo o executivo, a expansão da Fujifilm no Brasil ganha tração em um ambiente em que a demanda doméstica por produtos de imagem cresce e, em alguns casos, exige reabastecimento adicional para atender o ritmo de vendas. À medida que a transição para modelos híbridos se intensifica e o consumidor busca experiências mais personalizadas, a empresa encontra no mercado brasileiro um espaço relevante para consolidar novas frentes de tecnologia e ampliar a participação em linhas estratégicas para o grupo.

Aspas

A empresa está sempre em busca de novas tecnologias, seja desenvolvendo internamente ou em parcerias

Aspas
Emerson Stein, diretor comercial e de negócios

Voltar ao topo