Cortes de juros se aproximam depois de discurso de Powell - deVere Group

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São Paulo, 22 de agosto de 2025 – O tradicional encontro anual de Jackson Hole terminou com umdiscurso de Jerome Powell que consolidou as expectativas de corte de juros nos EUA já em setembro,ainda que o presidente do Federal Reserve tenha evitado assumir um compromisso explícito. Para aconsultoria global de investimentos deVere Group, chefiada por Nigel Green, Powell manteve acautela, mas abriu espaço para uma mudança de rumo na política monetária.

Powell sinalizou que os próximos relatórios de emprego e inflação, previstos para o iníciode setembro, serão determinantes. No entanto, de acordo com Green, o Fed já estaria “atrasado nacurva” e o equilíbrio dos riscos aponta para a necessidade de agir mais cedo. O alerta vem em meioa sinais de desaceleração econômica, fragilidade no mercado de trabalho e o impacto altista dastarifas impostas pelo presidente Donald Trump.

Para o CEO da deVere, o paradoxo é que a política tarifária de Trump, voltada a demonstrarforça, acabou se transformando em um dos principais fatores inflacionários da economia. Nessecenário, cortes de juros não resolveriam diretamente as pressões vindas das tarifas, masajudariam a manter o crédito fluindo e a evitar uma recessão desnecessária.

A expectativa dos investidores está ancorada nos próximos indicadores: o payroll de setembromostrará a resiliência ou não das contratações, enquanto os dados de preços ao consumidor e aoprodutor indicarão se a alta inesperada de julho foi pontual ou o início de um padrãopersistente. Com os mercados já nervosos – dólar instável, queda nos rendimentos dos Treasuries emoedas sensíveis ao risco reagindo a cada sinal do Fed -, Powell sabe que a paciência é limitada.

Segundo Green, os potenciais beneficiários de juros mais baixos já estão definidos: empresasde tecnologia e inteligência artificial, devido ao menor custo de capital; fundos imobiliários eutilities, favorecidos por rendimentos mais baixos; e companhias de menor porte, dependentes decrédito. Para ele, o corte em setembro seria não apenas um ajuste técnico, mas também umamensagem de confiança a famílias e empresas de que o Fed está comprometido em evitar um pousoforçado.

Vanessa Zampronho / Safras News

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