SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A rede elétrica nacional de Cuba entrou em colapso pela quarta vez em menos de um ano, na manhã desta quarta-feira (10), causando um apagão em todo o país, segundo o Ministério de Energia e a União Nacional de Eletricidade.
A operadora da rede afirmou que o colapso ocorreu às 9h14 (10h14 no horário de Brasília), deixando os seus cerca de 10 milhões de moradores sem eletricidade.
O ministério afirmou que as causas ainda estão sendo investigadas. No fim da tarde, o fornecimento começava a voltar para os serviços essenciais, como hospitais, aeroportos e estações de água.
Antes da pane desta quarta-feira, muitos moradores da ilha já vinham enfrentando apagões diários de 16 horas ou mais. Cuba enfrenta há mais de um ano severa crise de energia causada pela má condição da sua infraestrutura elétrica.
O serviço depende de oito termelétricas obsoletas e geradores espalhados pelo país, que precisam do escasso combustível disponível para funcionar, além de uma rede também desgastada.
Os cubanos também enfrentam escassez de alimentos e de outros produtos em meio à pior crise econômica em décadas. A instalação de 28 parques solares, com ajuda da China, dos 52 previstos para este ano, tem ajudado a diminuir os cortes.
“Não há trégua neste país, quando menos se espera, fica-se na escuridão”, disse à AFP a dona de casa Alina Gutiérrez, 62, que soube do novo corte de energia enquanto fazia compras em um hortifrúti em um bairro central de Havana.
Com pressa de voltar para casa, a mulher disse que deverá “coletar toda a água que for possível e esperar para ver quanto tempo isso dura”.
Neste verão, quando o consumo de energia é maior por conta das altas temperaturas, os apagões programados foram ampliados, inclusive em Havana, onde costumavam ser menos prolongados.
As usinas termoelétricas a óleo de Cuba, já envelhecidas, entraram em crise total no ano passado, à medida que as importações de petróleo da Venezuela, da Rússia e do México diminuíram.
De acordo com as autoridades, os cortes de eletricidade programados duraram, em média, quase 15 horas diárias em agosto e 16 horas em julho, em todo o país.
