Deitado no chão e de cueca, ex-líder sul-coreano resiste a interrogatório

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Yoon Suk Yeol, ex-presidente da Coreia do Sul preso por tentar impor a lei marcial no país, deitou-se de cueca no chão de sua cela nesta quinta-feira (31) para resistir a um interrogatório.

Os promotores planejavam interrogar o ex-líder, mas não conseguiram devido à sua forte recusa. Um deles, Oh Jeong-hee, contou aos repórteres locais que Yoon deitou no chão, vestindo uma blusa sem mangas e uma cueca fornecida pela prisão, e recusou ser levado.

O uso de força física não foi usado devido a preocupações com incidentes de segurança. As indagações precisaram ser suspensas, mas a Justiça informou que usarão da força, se necessário, na próxima tentativa.

O advogado do ex-presidente disse que os promotores demonstraram um ”desrespeito pertubador” ao falar sobre as roupas de Yoon. “Que tipo de instituição legal em um país civilizado fornece relatórios e comentários em tempo real aos jornalistas sobre as roupas de um detento, especialmente em uma cela apertada com temperatura próxima a 40 ºC?”, afirmou Yoo Jeong-hwa à AFP.

A defesa dele também alega que o cliente tem passado por problemas de saúde. Segundo a equipe jurídica, ele tem passado por ”desafios significativos”, o que estaria dificultando sua cooperação total com a investigação.

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PRESO PELA SEGUNDA VEZ

Ele enfrenta uma série de acusações, desde insurreição até adulteração eleitoral. No dia 3 de dezembro do ano passado, ele anunciou lei marcial e enviou tropas ao parlamento para impedir que os legisladores rejeitassem sua declaração, mergulhando o país em turbulência política. Decisão foi revertida horas depois.

Em janeiro, o sul-coreano foi preso e, três meses depois, destituído da presidência. Na época, mais de três mil agentes foram mobilizados para garantir a prisão na residência presidencial e entraram em conflito com advogado e membros do partido dele, que tentavam bloquear o acesso ao local.

Em março, ele havia sido solto por ”questões de legalidade do processo de investigação”. “Eu gostaria de agradecer à Corte Distrital Central pela sua coragem e determinação em corrigir essa ilegalidade”, disse Yoon logo após ser liberado.

No dia 10 do mês passado, no entanto, ele foi alvo de um novo mandado de prisão. A Justiça falou que estava preocupada de que ele pudesse destruir provas, devolvendo-o ao confinamento no Centro de Detenção de Seul, mesmo lugar onde ficou da primeira vez.

YOON ESTÁ EM CELA SOLITÁRIA

Do seu apartamento de 164 metros quadrados, agora ele está alojado em uma cela de 10 metros quadrados. Ele está tendo que usar um uniforme cáqui de duas peças e dormir em um colchão dobrável no chão, sem ar-condicionado, segundo um funcionário do centro de detenção e relatos da mídia.

Sem refrigeração, ele enfrenta ainda uma onda de calor que assola o país. Ele conta com um pequeno ventilador elétrico que se desliga à noite, disse Park Jie-won, um legislador da oposição que já esteve preso lá, em um programa de entrevistas no YouTube.

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