Departamento do Trabalho deve reduzir substancialmente criação de vagas na revisão dos últimos 12 meses - DJ News

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São Paulo, 9 de setembro de 2025 – As estatísticas do Departamento de Trabalho (BLS, da siglaem inglês) divulgará às 11h (horário de Brasília) de hoje números revisados de empregos quedeverão mostrar que as empresas norte-americanas contrataram menos trabalhadores do que oinicialmente informado. As informações são da agência de notícias “Dow Jones”.

Os dados – revisões preliminares de referência para o crescimento líquido da folha depagamentos nos 12 meses encerrados em março de 2025 – podem colocar em dúvida o que se pensava serum mercado de trabalho sólido durante grande parte do ano passado.

O BLS divulga mensalmente dados de folhas de pagamento com base na pesquisa Current EmploymentStatistics, que cobre cerca de um terço dos empregadores privados dos EUA. Mas dados maisabrangentes de folha de pagamento estão disponíveis com atraso em outras fontes, como o QuarterlyCensus of Employment and Wages (QCEW), que inclui informações que os empregadores devem enviar aseus estados para cálculo de benefícios de desemprego.

O BLS publica uma estimativa preliminar das revisões de referência no outono, e uma revisãofinal após a coleta de todos os dados suplementares. Isso normalmente ocorre em janeiro, junto como relatório de empregos de janeiro. Em geral, a estimativa preliminar costuma ficar próxima dafinal, embora nos últimos anos as revisões iniciais tenham sido substanciais.

“O processo de revisão de referência dá ao BLS a oportunidade de incorporar dados maisoportunos e precisos”, escreve Fred Ashton, diretor de política de concorrência do American ActionForum, um instituto de políticas de centro-direita baseado em Washington, D.C.

Mas as revisões preliminares de referência têm sido alvo de politização nos últimos anos.Uma revisão significativa para baixo pode atrair críticas da Casa Branca e reacender acusaçõesde que os dados de emprego do BLS estariam incorretos, disse Ashton.

As estimativas aproximadas dos economistas para o relatório desta terça variam bastante,embora quase todos esperem que as atualizações anuais reduzam de forma significativa o nívelpreviamente reportado de ganhos de empregos.

Economistas do Goldman Sachs, J.P. Morgan, Nomura Securities e Royal Bank of Canada esperam queo órgão reduza os ganhos líquidos em até 900 mil empregos no acumulado de 12 meses, ou cerca de75 mil por mês, em média.

Isso reduziria a média mensal de ganhos para cerca de 74 mil empregos, ante a média de 149 milatualmente reportada – e pode significar que em alguns meses houve crescimento negativo no períodoanalisado. A equipe do Bank of America prevê uma revisão para baixo de até 1 milhão de empregosa menos nos 12 meses até março.

Já a Brean Capital projeta que as últimas atualizações mostrem um aumento de 2,5 milhões deempregos entre dezembro de 2024 e março de 2025, enquanto antes as folhas de pagamentonão-agrícolas haviam sido reportadas em alta de 3,3 milhões. Isso resultaria em uma revisãoanual para baixo de aproximadamente 800 mil, semelhante à previsão de 857 mil de James Knightley,economista-chefe internacional do ING.

Se confirmado, o resultado estaria próximo da revisão preliminar do ano anterior, de 818 milempregos, embora a atualização final tenha sido bem menor – apenas 589 mil empregos a menos do queo inicialmente reportado nos 12 meses encerrados em março de 2024.

Algumas estimativas, porém, são menores. Economistas do Wells Fargo esperam uma perda líquidade 475 mil a 790 mil. A Pantheon Economics projeta que os EUA criaram 750 mil empregos a menos doque hoje estimado nos 12 meses até março de 2025. Já os economistas do Morgan Stanley têm umadas previsões mais conservadoras, apontando revisões preliminares em apenas 600 mil, ou 50 milempregos a menos por mês.

A ampla variação nas estimativas decorre, em parte, do fato de que os dados do QCEW para oquarto trimestre de 2024 estão particularmente fracos e ainda podem ser revisados, escreve ShrutiMishra, economista do BofA. Além disso, os dados do QCEW para o primeiro trimestre ainda nãoestão disponíveis.

As revisões para baixo desta terça provavelmente se devem a múltiplos fatores, escreve DavidSeif, economista-chefe de mercados desenvolvidos da Nomura. Isso inclui, segundo ele, adesaceleração da imigração e a superestimação dos ganhos de empregos por meio da abertura deempresas. Seif espera que os dados revisados mostrem que os ganhos de empregos estiveram ainda maisconcentrados em alguns poucos setores.

Ainda assim, uma revisão acentuada para baixo pode agravar as preocupações de que o mercadode trabalho dos EUA esteja enfraquecendo rápido demais – receio reforçado após o desemprego tersubido para 4,3% em agosto, enquanto as folhas de pagamento cresceram apenas 22 mil. Com essecrescimento anêmico, as revisões desta terça podem forçar autoridades do Federal Reserve areavaliar a extensão e a velocidade dos cortes de juros.

Revisões modestas, de 500 mil ou menos, dificilmente devem alterar a política de juros do Fed,escreve Mishra. Mas revisões maiores, de 1 milhão, poderiam desencadear cortes mais agressivos,já que sugeririam que o mercado de trabalho praticamente estagnou no início de 2025.

As revisões desta terça, no entanto, têm caráter retrospectivo e não trazem muitasinformações sobre a situação atual do mercado de trabalho.

Na verdade, o período de revisão atual abrange apenas os dois primeiros meses do segundomandato do presidente Donald Trump, refletindo mais as condições de emprego do fim do governoBiden, escreve Ashton. Além disso, as revisões esperadas não fornecem informações ou contextosobre os efeitos das políticas tarifárias de Trump no mercado de trabalho.

Vanessa Zampronho / Safras News

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