São Paulo, 16 de setembro de 2025 – Deputados da base do governo elogiaram a condenação doex-presidente Jair Bolsonaro e criticaram movimentação pela anistia dele e de outros envolvidosnos ataques de 8 de janeiro de 2023. Já parlamentares da oposição criticaram os votos da 1 Turmado Supremo Tribunal Federal (STF) e pediram a votação, no Plenário da Câmara, do projeto deanistia aos envolvidos (PL 2858/22).
Na última quinta-feira (11), o STF condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, em regimeinicial fechado. Outros sete acusados, membros da cúpula do governo Bolsonaro, foram condenados apenas mais brandas.
A deputada Denise Pessôa (PT-RS) afirmou que a condenação de Bolsonaro foi um fato histórico.”Pela primeira vez, um ex-presidente que tentou minar as instituições, que atacou o sistemaeleitoral, que flertou com o golpismo é responsabilizado, e isso é um divisor de águas nademocracia brasileira.”
Para o deputado João Daniel (PT-SE), o Congresso não deve debater anistia. “Não queremosretrocesso! Queremos aprovar projetos importantes, a exemplo da isenção de Imposto de Renda paraquem ganha até R$ 5 mil”, afirmou.
O deputado Luiz Couto (PT-PB) disse que uma anistia ampla, geral e restrita que pretenda alcançarJair Bolsonaro afronta princípios estruturantes da democracia. “O Parlamento não pode chancelaruma borracha histórica sob crimes praticados no topo do poder. Anistiar líderes e comandantesseria premiar o golpismo e instituir um salvo conduto.”
Couto citou levantamento do instituto de pesquisa Datafolha que indica rejeição de 54% dapopulação à anistia.
Defesa da anistia
Já o deputado Diego Garcia (Republicanos-PR) defendeu a votação da urgência da proposta queanistia os envolvidos nos atos do 8 de janeiro de 2023 e outros acusados de golpe de Estado. “OParlamento brasileiro vai se posicionar sobre um tema que a sociedade brasileira cobra umposicionamento o quanto antes”, declarou.
Para o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN), vice-líder da oposição, houve uma “injustiçahistórica” com o julgamento do ex-presidente. “A Suprema Corte, ou a 1 Turma, não utilizou oprincípio da imparcialidade. Inimigos públicos do ex-presidente julgaram-no”, afirmou oparlamentar.
O deputado Sanderson (PL-RS) classificou o julgamento como “farsa” disfarçada de processo. “Um showde horrores o que nós assistimos na semana passada! Sem direito a recursos, julgados a toque decaixa, em primeiro e último grau. É exatamente por isso que nós vamos, ainda nesta semana, tratarde aprovar a urgência para a anistia.”
Líderes
Mais cedo, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que o assunto serádiscutido amanhã (17) em nova reunião de líderes partidários.
As informações são da Agência Câmara.