São Paulo, 19 de agosto de 2025 – O dólar comercial em alta 1,23%, cotado a R$ 5,5003. Asessão refletiu a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o efeitodas leis estrangeiras aqui, o que gerou problemas institucionais e jurídicos. Somado a isso, astratativas sobre a guerra na Ucrânia ainda geram incertezas.
Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, decidiu que asdeterminações judiciais internacionais não efeito imediato no Brasil. Essa decisão favorece oministro do STF, Alexandre de Moraes, que foi alvo da lei Magnitsky aplicada pelos Estados Unidos. Osetor brasileiro está em um impasse sobre a ordem.
O economista-chefe da consultoria Análise Econômica, André Galhardo, explica que o dólarganhou força globalmente nesta terça, impactado tanto pelos entraves comerciais quanto pelasincertezas na guerra da Ucrânia, além de uma eventual escalada da tensão entre Brasil e EstadosUnidos: “Cabe mencionar que os ministros do STF agem corretamente. A sanção dos Estados Unidosreferente a habitantes brasileiros é um ataque à soberania nacional”.
Lucas Brigato, sócio da Ethimos Investimentos, disse que a alta da moeda norte-americanareflete a decisão de Flavio Dino e as incertezas sobre as negociações entre Trump, Rússia eUcrânia.
“Essa decisão é um drive importante porque voltado para as questões jurídicas einstitucionais. O impacto no dólar é menor que na bolsa, mas tudo que envolve confiança atingetodas as pontas. Outro ponto de atenção são conversações sobre um cessar-fogo. Todo mundo ficacom ponto de interrogação. Até que ponto o Trump está fazendo jogo duplo [sobre as tratativas],de que forma as negociações estão sendo conduzidas. Isso afeta de forma global”.
Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, disse que a pressão na taxa de câmbio éexplicada por dados de atividade forte nos Estados Unidos.
“O mercado está repercutindo dados mais fortes de moradias-subiu 5,2% em julho, ante projeçãode queda de 1,6%-, nos Estados Unidos. É um indicador secundário, mas como a agenda está maisesvaziada, o mercado acaba prestando atenção nesse dado. Um número mais forte de atividadeeconômica nos Estados Unidos pode fazer com que as apostas de queda de juros a partir de setembromudem. Existe também uma percepção de cautela na expectativa para o simpósio do Jackson Hole. Nasexta-feira [22], o presidente do Fed pode dar alguma sinalização sobre os próximos passos dapolítica monetária. Além disso, a queda nos preços do petróleo e minério de ferro acabaimpactando de forma negativa no comportamento do câmbio e da bolsa”.
Paulo Holland e Soraia Budaibes/ Safras News
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