Eleições no país vão para o 2º turno, com derrota da esquerda e 2 candidatos da direita na disputa

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São Paulo, 18 de agosto de 2025 – A eleição presidencial da Bolívia registrou um resultadohistórico: o Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales e do presidente Luis Arce,sofreu sua pior derrota em décadas. Segundo os primeiros números divulgados pelo tribunaleleitoral, o senador centrista Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão, lidera com 32,18% dosvotos, seguido do ex-presidente conservador Jorge “Tuto” Quiroga, da coalizão Alianza, com 26,94%.Já o candidato do MAS, Eduardo del Castillo, aparece muito atrás, com apenas 3,16%, confirmando odesgaste da esquerda no país.

Como nenhum candidato alcançou mais de 40% dos votos e uma diferença mínima de 10 pontossobre o segundo colocado, o pleito será decidido em segundo turno em 19 de outubro. A vitóriaexpressiva de Paz surpreendeu especialistas, já que pesquisas de opinião apontavam desvantagem emrelação a Quiroga e ao empresário Samuel Doria Medina, que reconheceu a derrota e declarou apoioao senador centrista. O resultado é visto como um divisor de águas, abrindo espaço para forçaspolíticas moderadas e conservadoras após quase duas décadas de hegemonia do MAS.

O cenário eleitoral foi moldado por uma grave crise econômica: inflação em 23% (maior nívelem 40 anos), escassez de combustível, falta de dólares e famílias recorrendo a criptomoedas parase proteger do colapso monetário. Muitos eleitores da classe média baixa, antes leais ao MAS,migraram para a oposição em busca de estabilidade. Analistas destacam que a votação foi, emgrande parte, um voto de punição contra o partido governista, associado à deterioração dascondições de vida no país.

Evo Morales, impedido judicialmente de concorrer, havia convocado um boicote às urnas, mas aapelação não teve grande impacto. A participação foi considerada estável e observadoresinternacionais relataram poucas irregularidades. Mesmo em Cochabamba, berço político de Morales, ocomparecimento foi expressivo. O presidente em fim de mandato, Luis Arce, reconheceu os resultados edeclarou que “a democracia triunfou”, em um tom conciliador diante da derrota.

A disputa entre Paz e Quiroga promete definir os rumos políticos e econômicos da Bolívia. Pazdefende um novo modelo de descentralização, no qual metade dos recursos públicos seriaadministrada por governos regionais, buscando maior eficiência e proximidade com a população. JáQuiroga promete medidas de austeridade, redução de gastos públicos e rompimento de aliançasexternas com regimes de esquerda, como Venezuela, Cuba e Nicarágua.

Vanessa Zampronho / Safras News

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