SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em nova violação do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas apoiado pelos Estados Unidos, forças israelenses realizaram um “ataque direcionado” contra um alvo no centro da Faixa de Gaza neste sábado (25). Segundo Tel Aviv, o alvo era um membro do grupo terrorista Jihad Islâmica que planejava atacar tropas israelenses.
Testemunhas em Gaza disseram à agência de notícias Reuters que viram um drone atingir um carro e incendiá-lo. Médicos locais informaram que quatro pessoas ficaram feridas, mas não há relatos de mortes.
Testemunhas disseram separadamente que tanques israelenses bombardearam áreas orientais da Cidade de Gaza, a maior área urbana da Faixa de Gaza. Procurados, os militares israelenses não responderam sobre este ataque até a publicação deste texto.
Vários sites de mídia israelenses disseram que Israel, revertendo uma política de proibição de entrada de forças estrangeiras, permitiu que oficiais egípcios entrassem na Faixa de Gaza para ajudar a localizar os corpos de reféns capturados no ataque liderado pelo Hamas às comunidades israelenses em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.
Como parte do acordo de cessar-fogo, o Hamas disse que devolverá todos os reféns que sequestrou, mas os restos mortais de 18 deles ainda estão no território. Israel acusa o grupo terrorista de mentir sobre a dificuldade de recuperá-los e protelar sua devolução, enquanto o Hamas diz precisar de maquinário pesado para procurar os cadáveres em Gaza, território reduzido a escombros após dois anos de bombardeios israelenses.
A devolução dos reféns, vivos e mortos, faz parte da primeira fase do acordo patrocinado pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A diplomacia americana segue aplicando pressão sobre o governo Binyamin Netanyahu para que o acordo permaneça de pé –somente nessa semana, o vice-presidente, J. D. Vance, e o secretário de Estado, Marco Rubio, estiveram em Jerusalém com esse objetivo.
Mediadores como Qatar e Turquia, que pressionaram o Hamas a concordar com a trégua, pedem agora que o tratado avance para a próxima fase. Ela prevê a retirada completa da presença militar israelense de Gaza e a entrada desimpedida de ajuda humanitária e pessoas, o que deve possibilitar o acesso da imprensa internacional ao território.