SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A fabricante alemã Bocker, responsável pelo elevador de carga usado no roubo de joias que estavam no museu do Louvre, em Paris, chamado pela imprensa francesa de “roubo do século”, aproveitou o caso para promover seus produtos.
Em meio à repercussão do caso, a empresa alemã fez uma campanha em que exalta a qualidade de seus elevadores. A Bocker postou imagem do equipamento acompanhado pelo slogan “Quando é preciso agir rápido”. As informações são do The Guardian e da AFP.
Criminosos que assaltaram Louvre usaram um elevador modelo Bocker Agilo. Depois do roubo, a empresa ironizou o ocorrido ao criar a campanha: “O Bocker Agilo pode transportar até 400 kg de tesouros, a uma velocidade de 42 metros por minuto, graças a um motor silencioso como um sussurro”.
Bocker admitiu ter vendido um de seus elevadores a um cliente na França. Porém, a companhia alemã destacou que a venda do equipamento foi feita em 2020 e que essa empresa francesa o aluga para outros clientes.
Em relação à peça publicitária, a diretora de marketing da Bocker disse considerar o roubo ao museu é um “ato repreensível”. “Entretanto, depois que ficou evidente que ninguém havia se ferido, começamos a fazer algumas piadas e a pensar em slogans que achamos engraçados”, declarou Julia Scharwatz ao jornal The Guardian.
Scharwatz admitiu que fez a campanha com o intuito de viralizar, mas que se surpreendeu com a repercussão. “Eu achei que fosse viralizar um pouco, mas o fato de ter viralizado dessa forma é extraordinário. É uma loucura”.
Campanha polêmica gerou críticas, mas a diretora afirma que a maioria é positiva. “Eu entendo que não é o tipo de humor de todo mundo, mas a maioria das pessoas está se divertindo com isso”.
ENTENDA O CASO
O Museu do Louvre foi roubado na manhã do domingo. Quatro homens entraram pela janela e levaram joias que estavam expostas na Galeria de Apolo. Para concretizar o roubo, eles usaram um elevador de cargas da marca alemã Bocker.
Roubo durou 7 minutos. Criminosos apontaram armas para seguranças, recolheram 11 peças e fugiram em uma scooter.
Prejuízo foi estimado em 88 milhões de euros (mais de R$ 500 milhões). Uma especialista ouvida pelo UOL afirmou que, pelo valor histórico do que foi levado, “não tem dinheiro que pague” as peças roubadas.
Presidente do Louvre, Laurence des Cars, afirmou que o sistema de alarmes funcionou normalmente durante o roubo ao museu. Mesmo assim, ela entregou seu pedido de demissão do cargo após o assalto, mas a solicitação foi negada.
Des Cars também solicitou a instalação de uma “delegacia de polícia” dentro do Louvre. A presidente afirmou que pedirá ao Ministério do Interior que avalie a possibilidade de instalar uma unidade no local.