São Paulo, 11 de setembro de 2025 – A ministra do STF, Cármen Lúcia, lê seu voto nojulgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais cinco aliados na ação penal da trama golpista.”Esta ação penal é o encontro do Brasil com seu passado, presente e futuro”, disse no começo daleitura de seu voto.
Para ela, o juiz é obrigado a julgar ações, nada mais, e que não há não há imunidadeabsoluta contra o vírus do autoritarismo, ao citar a tentativa de golpe de estado. Ela tambémfalou dos protestos de 8 de janeiro de 2023.
“O 8 de janeiro de 2023 não foi um acontecimento banal, depois de um almoço de domingo, quandoas pessoas saíram a passear. O inédito e infame conjunto de acontecimentos havidos ao longo de umano e meio para insuflar, maliciar, instigar, por práticas variadas de crimes conducentes aovandalismo, haveria de ter uma resposta no direito penal”, afirmou.
Ao citar o planejamento da trama golpista, Cármen Lúcia citou a obra de Victor Hugo,’História de um Crime’: ‘Um golpe de estado bem sucedido serve de exemplo’. “É em ambiente decrise que os golpes de estado se propagam”, afirmou a ministra.
Ela reforçou que o STF tem competência para conduzir o julgamento, ao contrário do que disseo ministro Luiz Fux em seu voto de ontem, que votou pela anulação do processo por considerar que oSupremo não teria competência para tanto.Cármen Lúcia também falou que houve amplo acesso da defesa dos acusados às provas. “Advogados dedefesa cumpriram seu papel com excelência, isso não é cerceamento de defesa. De tudo que se temapresentado, não consta nenhum prejuízo”.
Ela também rejeitou a anulação da delação premiada do ajudante-de-ordens do ex-presidente,Mauro Cid. “O argumento principal foi de que não teria havido voluntariedade. O colaborador foi,voltou, afirmou. Não há nada que possa afirmar isso”, disse.
Vanessa Zampronho / Safras News
Copyright 2025 – Grupo CMA
