SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Donald Trump afirmou nesta terça-feira (15) que decidiu importar tarifas de 50% ao Brasil porque ”pode fazer isso” e quer que o dinheiro entre nos Estados Unidos.
O presidente disse que deve e pode impor a taxação. ”Ninguém mais conseguiria fazer”’, declarou após ser questionado por uma repórter em frente a Casa Branca sobre o que justificaria a decisão, já que os EUA têm superávit na balança comercial com o mercado brasileiro.
Segundo o americano, o objetivo é também gerar empregos em seu país. ”Existem dois aspectos nas tarifas. Tem o dinheiro que entra. O outro aspecto é que, em vez de pagar as tarifas, o país ou a empresa vai construir nos Estados Unidos, fabricar o produto nos Estados Unidos e isso cria empregos, e eu diria que, dos dois, provavelmente o mais importante para mim é esse”, explicou.
Na mesma conversa com a imprensa, ele voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Trump falou não ser ”amigo” de Bolsonaro, mas que o conhece e o respeita. ”Lutou muito pelo Brasil. É um homem respeitado”, acrescentou.
BRASIL FOI O PAÍS COM A MAIOR TARIFA ANUNCIADA
Na semana passada, o republicano enviou cartas a 22 países para estabelecer novas tarifas. O Brasil foi um deles e as importações brasileiras receberão a taxação de 50% a partir de 1º de agosto. Trata-se, por enquanto, da maior tarifa anunciada por Trump contra um governo estrangeiro.
Americano evocou Bolsonaro ao anunciar tarifas extras sobre produtos brasileiros. Ele insinuou uma sanção contra atitudes das instituições brasileiras pelo julgamento de Jair Bolsonaro e sua derrota nas eleições de 2022. Em carta justificando a tarifa de 50% sobre “qualquer produto brasileiro”, disse que, em parte, se dava ”pelos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres”.
Lula reagiu e avisou que vai usar lei de reciprocidade contra os EUA. O presidente assinou nesta terça-feira um decreto que autoriza o Brasil a agir com retaliação contra países que adotarem tarifas prejudiciais à economia nacional. ”Somo um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”, escreveu em carta endereça ao Trump.
O tarifaço foi imposto apesar do superávit comercial dos EUA em relação ao Brasil. A vantagem comercial americana passou a ser de US$ 1 bilhão com o Brasil, um dos raros mercados com os quais os EUA venderam mais do que compram.