Estudo alerta sobre subfinanciamento e espaço fiscal do SUS

Uma image de notas de 20 reais

Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

São Paulo, 7 de julho de 2025 – A Instituição Fiscal Independente (IFI) lançou nestasegunda-feira (7) um estudo que projeta crescimento anual médio de 3,9% das despesas com o SistemaÚnico de Saúde (SUS) nos próximos 45 anos.A taxa representa um acréscimo de aproximadamente R$10 bilhões por ano, superando o limite de crescimento da despesa previsto no arcabouço fiscal dogoverno federal, que é limitado a 2,5% ao ano. As informações são da Agência Senado.

O analista da IFI Alessandro Casalecchi é o autor do estudoCenários de longo prazo para anecessidade de financiamento da saúde (2025-2070). Em debate comespecialistas convidados, eleafirmou quea necessidade de aumentar os gastos na área da saúde poderá entrar em conflito com asregras fiscais a partir de 2026. De acordo com ele, o país terá a saúde como “desafio alocativo”no Orçamento nas próximas décadas.

O atendimento pleno da necessidade de financiamento da saúde não é sustentável. Ou seja, nãoé compatível com o atual arcabouço fiscal se toda essa necessidade for atendida e não houver umarealocação de gastos afirmou Casalecchi.

Além do autor, participaram do debate:

O diretor-executivo da IFI, Marcus PestanaA diretora do Departamento de Economia e Desenvolvimento em Saúde do Ministério da Saúde,Natália Nunes Ferreira BatistaO coordenador de Desenvolvimento Institucional do Conselho Nacional de Secretários de Saúde(Conass), Renê José Moreira dos SantosA assessora técnica do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) BlendaLeite Saturnino PereiraO consultor de Orçamento do SenadoAugusto Bello de Souza Neto

Subfinanciamento

O estudo evidencia que o SUS é subfinanciado e sempre precisa de mais recursos. Segundo ele,simulações que consideram o sistema de saúde como um todo, incluindo redes públicas e privadas,reforçam o diagnóstico de subfinanciamento crônico. O aumento e o envelhecimento populacional,por si só, não causam grande elevação da necessidade de financiamento orápido avançotecnológico também deve ser levado em consideração, porque hospitais e unidades de saúdeprecisam se atualizar.

O trabalho de Casalecchi não aborda a gestão operacional das políticas de saúde, mas foca nacompatibilidade entre as necessidades do setor e as possibilidades fiscais. A análise aponta comoprincipal fator de pressão o chamado “fator misto” a combinação entre a inflação específicado setor, historicamente superior ao IPCA, e a rápida incorporação de novas tecnologias,especialmente a partir de 2040.

Renê dos Santos, do Conass, elogiou o estudo, mas reforçou que estados e municípios não têmmais margem fiscal para aumentar gastos com saúde, pois também têm outras políticas públicaspara manter.

O estudo é relevante porque traz cenários que precisamos avaliar. [Ele] nos ajuda a compreenderquestões que permanecem aí desde 1988. A saúde, desde a criação do SUS, é subfinanciada concordou.

Natália Batista, do Ministério da Saúde, lembrou que os recursos disponíveis para o setor tendema aumentar daqui para a frente com a regulamentação da reforma tributária, que prevê maisrecursos para o SUS oriundos da taxação de bebidas açucaradas.Blenda Pereira, do Conasems, porsua vez, ressaltou a importância de o país debater o financiamento da saúde pública e registrouque pelo menos metade dos gastos com saúde no país são bancados por estados e municípios.

MAIS LIDAS

Voltar ao topo