EUA enviam mais de 4.000 militares para águas ao redor da América Latina em ação contra cartéis, diz site

Uma image de notas de 20 reais

Imagem gerada por IA
Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os Estados Unidos vão deslocar mais de 4.000 fuzileiros navais e marinheiros para águas próximas à América Latina e ao Caribe, como parte de uma operação para combater cartéis de drogas, informou o serviço de notícias americano CNN nesta sexta-feira (15), citando autoridades de defesa americanas.

A missão envolve oficiais o grupo anfíbio USS Iwo Jima e a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais, que serão incorporados ao Comando Sul (Southcom). Também serão enviados um submarino de ataque com propulsão nuclear, aeronaves de reconhecimento P-8 Poseidon, destróieres e um cruzador lança-mísseis, segundo as autoridades ouvidas pela emissora.

Um terceiro interlocutor disse que os recursos adicionais são “destinados a enfrentar ameaças à segurança nacional dos EUA de organizações especificamente designadas como narcoterroristas na região”.

A Marinha americana anunciou ainda nesta sexta o envio do USS Iwo Jima, da 22ª unidade e de outros dois navios -o USS Fort Lauderdale e o USS San Antonio-, mas sem detalhar o destino. Um dos oficiais ouvidos pela CNN afirmou que o reforço militar é “por enquanto, principalmente uma demonstração de força, mais voltada a enviar uma mensagem do que indicativa de qualquer intenção de realizar ataques precisos contra cartéis”.

Ele acrescentou que a medida dá aos comandantes militares e ao presidente Donald Trump uma ampla gama de opções caso seja ordenada ação militar. A mídia americana ainda afirma que a medida foi tomada para pressionar o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela.

Na semana passada, Trump já havia assinado de forma sigilosa uma diretriz que autoriza o Pentágono a empregar militares em ações contra determinados cartéis de drogas da América Latina classificados por sua administração de organizações terroristas, segundo autoridades próximas à discussão ouvidas pelo jornal The New York Times.

Após a revelação desta sexta, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, rejeitou qualquer forma de “intervencionismo” ao ser consultada sobre a mobilização dos navios, e afirmou que a ação ocorre “em águas internacionais”.

“Nossa opinião sempre será a autodeterminação dos povos. Não somente no caso do México, mas no caso de todos os países da América e do Caribe”, afirmou a mandatária durante uma entrevista coletiva.

Alguns integrantes do Departamento de Defesa americano demonstraram preocupação com a presença dos fuzileiros na missão, já que não são treinados para interceptações e ações antidrogas, o que exigiria apoio da Guarda Costeira.

Um porta-voz dos fuzileiros disse à CNN que a unidade expedicionária “está pronta para executar ordens legais e apoiar os comandantes combatentes nas necessidades que lhes forem solicitadas”.

Em março, destróieres foram enviados para áreas próximas à fronteira entre EUA e México, em apoio à missão de segurança do Comando Norte. Agora, os reforços sob o Southcom devem permanecer na região por pelo menos alguns meses.

Segundo a emissora, um memorando assinado pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou que a “prioridade máxima” das Forças Armadas é defender o território americano. O documento orienta o Pentágono a “selar as fronteiras, repelir formas de invasão, incluindo migração ilegal em massa, tráfico de drogas, contrabando humano e outras atividades criminosas” e a “deportar estrangeiros ilegais em coordenação com o Departamento de Segurança Interna”. O texto também pede “opções militares credíveis” para garantir acesso irrestrito ao canal do Panamá.

O presidente americano tem demonstrado crescente interesse no canal, um dos mais importantes para o comércio global. Em abril, Panamá e EUA assinaram que prevê que tropas americanas podem ser destacadas em áreas de acesso e adjacentes ao trecho de travessia.

MAIS LIDAS

Voltar ao topo