São Paulo, 21 de julho de 2025 – O enviado especial dos Estados Unidos para a Síria e atualembaixador norte-americano na Turquia, Thomas Barrack, afirmou durante visita ao Líbano queWashington não tem condição nem interesse em forçar Israel a tomar qualquer decisão relacionadaaos conflitos na região. A declaração aconteceu após o governo libanês pedir formalmente que osEUA atuem como garantidores para assegurar a retirada total das tropas israelenses do territóriolibanês e a suspensão dos ataques a membros do Hezbollah, caso o grupo armado avance no processode desarmamento. Em resposta, Barrack foi enfático ao dizer que “os EUA não têm qualquer papel emobrigar Israel a fazer coisa alguma”, ressaltando que a atuação americana se limita àinfluência, e não à imposição de ações.
O contexto da visita envolve a proposta recente dos Estados Unidos de um plano que visa o totaldesarmamento do Hezbollah em até quatro meses, em troca da suspensão dos bombardeios israelenses eda retirada militar de Tel Aviv do sul do Líbano. Barrack rejeitou ainda qualquer intenção depressionar o governo libanês ou de ameaçar autoridades com sanções no caso de o Hezbollah nãoser desarmado, enfatizando que “não há consequências, não há ameaças, não há chicote” porparte dos EUA. Segundo o diplomata, todas as discussões estão ocorrendo em caráter voluntário,sem imposições externas sobre o processo libanês.
A visita de Thomas Barrack a Beirute é a terceira em pouco mais de um mês e acontece nocontexto de uma trégua mediada pelos EUA entre Israel e Hezbollah, após meses de confronto em2024. O cessar-fogo estabeleceu, entre outros pontos, a devolução progressiva do armamento doHezbollah ao Exército libanês e a retirada das forças israelenses de áreas ocupadas nafronteira. Apesar do grupo ter entregado parte dos arsenais do sul do país, as autoridadesisraelenses acusam o Hezbollah de violar o acordo e tentar recompor sua estrutura militar naregião.
Do outro lado, tanto o governo libanês quanto o Hezbollah alegam que Israel é quem desrespeitaos termos da trégua ao manter suas forças em pelo menos cinco pontos estratégicos da fronteira erealizar ataques regulares a supostos alvos do grupo no território libanês.
Com informações da Reuters.
Vanessa Zampronho / Safras News
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