FecomercioSP diz que setor produtivo não pode pagar o preço de disputas ideológicas

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Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

São Paulo, 10 de julho de 2025 – A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estadode São Paulo (FecomercioSP), entidade que representa o setor terciário do Estado mais rico doBrasil, expressa profunda apreensão diante da decisão anunciada pelo governo dos Estados Unidos deimpor uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras. A medida fere os princípios elementaresdo comércio internacional e penaliza, de forma injusta, empresas comprometidas com a produção, ageração de empregos e o crescimento econômico do país. O setor privado brasileiro, responsávelpor sustentar a atividade econômica e criar milhões de postos de trabalho, não pode sertransformado em instrumento de retaliação política ou alvo de embates ideológicos (de ambos oslados), que estão fora de sua esfera de atuação.

Além de fragilizar o Comércio entre os dois países, a FecomercioSP considera inadmissível quedecisões estratégicas e de alto impacto sejam tomadas à margem do diálogo diplomático e daconstrução de consensos. A ruptura de pontes comerciais não apenas compromete as cadeiasprodutivas, como também deteriora o ambiente de confiança entre nações e a disposição dasempresas para investir, gerar valor e ampliar trocas no mercado internacional.

A entidade reafirma a convicção de que o caminho para o desenvolvimento sustentável passa pelaabertura e pela diversificação de mercados, bem como pelo respeito às regras internacionais epela valorização do entendimento diplomático entre países. Em vez de rupturas, o Comérciomundial requer relações construídas com base no diálogo, na previsibilidade e em políticas quepromovam o equilíbrio e a prosperidade.

Como a Federação vem afirmando nos últimos meses, as medidas norte-americanas são danosas, mastambém abrem uma janela de oportunidade para o país ampliar a presença nas cadeias globais devalor e se inserir com mais força no jogo de trocas internacionais, fazendo, justamente, omovimento oposto ao dos Estados Unidos: diminuindo tarifas e burocracias.

Isso acontece porque, há quase meio século, a participação brasileira no mercado internacionalé pequena, flutuando em torno de 1,5% de toda a corrente do Comércio internacional. Além disso,dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) referentes ao ano de 2023 (último dadodisponível) mostram que o Brasil é apenas o 24º maior exportador do mundo e o 27 colocado noranking de importações.

Reduzir as tarifas de importação, simplificar a regulamentação e promover mais integração coma economia do planeta são princípios que norteiam as propostas da FecomercioSP para uma agenda deabertura comercial [veja as propostas aqui]. A longo prazo, isso contribuiria substancialmente parao crescimento econômico sustentável e para a melhoria do padrão de vida da população.

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