Futuros operam em queda, sob efeito da guerra tarifária de Trump

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São Paulo, 16 de julho de 2025 – Os preços dos contratos futuros do petróleo operam em quedana manhã desta quarta-feira, com os investidores pesando os efeitos da guerra tarifária de DonaldTrump no consumo da commodity.

Trump ameaçou impor uma tarifa de 30% sobre as importações da União Europeia a partir de 1ºde agosto, um nível que autoridades europeias dizem ser inaceitável e que acabaria com o comércionormal entre dois dos maiores mercados do mundo.

A Comissão Europeia está se preparando para aplicar tarifas equivalentes a 72 bilhões deeuros em produtos dos EUA caso as negociações com Washington para chegar a um acordo comercialfracassem.

Trump também disse na segunda-feira que os Estados Unidos imporão “tarifas muito severas” àRússia em 50 dias se não houver acordo para interromper a guerra na Ucrânia.

“A última investida dos EUA contra a Rússia não conseguiu reacender os temores deinterrupção sustentada do fornecimento e, como resultado, o petróleo continuou a cair ontem”,disse o analista de petróleo da PVM, Tamas Varga.

Ontem foi divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI, da sigla em inglês), que subiu0,3% em junho em base mensal e 2,7% em base anual. “Já o núcleo do CPI subiu mais lentamente doque o esperado em junho, mas mostrou sinais crescentes de que as tarifas estão elevando algunspreços”, afirma Glenn Purves, chefe global de macroeconomia do BlackRock Investment Institute.

O CPI de maio já mostrava aumentos de preços em eletrodomésticos impulsionados por tarifas, eisso continuou, com os preços aumentando a uma taxa anualizada de 26%. “Agora também temos osprimeiros sinais de aumento de preços em produtos recreativos, como equipamentos de vídeo eáudio”.

Ainda assim, os investidores demonstram preocupação com a oferta no curto prazo. “O Brentpermanece em forte backwardation, com contratos de curto prazo precificados mais altos do que os delongo prazo, refletindo preocupações com a escassez de oferta no curto prazo”, afirma Soojin Kim,analista do MUFG.

Enquanto isso, as importações de petróleo bruto da China continuam superando o volumeprocessado pelas refinarias, resultando em um excedente nos estoques. “Esse acúmulo pode limitar avalorização dos preços, caso Pequim decida reduzir as importações ou liberar parte dasreservas, exercendo assim uma pressão de baixa sobre o mercado de petróleo”, afirma Frank Walbaum,analista de mercado da Naga.

Diante desse cenário, o especialsta afirma que o mercado pode continuar exposto a riscos dequeda. Operadores voltam suas atenções para a divulgação dos dados de estoques daadministração de informações de energia do governo dos Estados Unidos prevista para hoje,buscando indícios que esclareçam o nível da demanda. “Essa divulgação tende a aumentar avolatilidade, e pode haver pressão vendedora caso o relatório aponte novo aumento nos estoques,potencializando o movimento de queda nos preços do petróleo”, acrescenta.

Por volta de 8h50 (horário de Brasília), o preço do contrato do petróleo WTI negociado naNymex com entrega para agosto caía 1,09%, cotado a US$ 65,79 o barril. Já o preço do contrato doBrent negociado na plataforma ICE, com entrega para setembro recuava 0,94%, cotado a US$ 68,06 obarril.

Vanessa Zampronho / Safras News

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