São Paulo, 2 de setembro de 2025 – Os preços dos contratos futuros do petróleo operam em altano início da tarde, após quase 2% de alta na sessão anterior, com os mercados atentos àevolução do conflito Rússia-Ucrânia.
Moscou e Kiev intensificaram as trocas de ataques no conflito de três anos e meio, com cálculos daReuters apontando que ataques de drones ucranianos paralisaram instalações responsáveis por aomenos 17% da capacidade de refino da Rússia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu novos ataques profundos contra a Rússia empublicação nas redes sociais no fim de semana, sem dar detalhes. A declaração vem em meio atentativas frustradas de Estados Unidos e Europa de trazer Vladimir Putin a conversas de cessar-fogocom seu homólogo ucraniano.
A Casa Branca, por sua vez, aumentou a pressão indireta sobre consumidores de petróleo russo,aplicando tarifas adicionais a importações indianas, atribuídas às compras contínuas depetróleo de Moscou. A India classificou as medidas como injustas, injustificadas e irrazoáveis.
Num novo sinal de deterioração das relações, o presidente dos EUA, Donald Trump, reforçou nasegunda-feira críticas às relações comerciais de Washington com Nova Délhi, chamando-as de umdesastre totalmente unilateral.
Até agora, Washington não se moveu contra a China, maior importador de petróleo do mundo eprincipal compradora do petróleo russo desde as sanções do G7. Putin, Xi Jinping e Narendra Modise reuniram nesta semana na cúpula da Organização de Cooperação de Xangai, em um gesto deunidade do Sul Global.
OPEP+
No lado da oferta, investidores aguardam sinais de política de produção de um subgrupo de oitopaíses da Opep+ Rússia, Arábia Saudita, Argélia, Iraque, Cazaquistão, Kuwait, Omã e EmiradosÁrabes Unidos que deve deliberar sobre possíveis medidas no dia 7 de setembro.
O grupo, que recentemente acelerou a reversão de um corte de 2,2 milhões de barris por dia, éamplamente visto como improvável de mudar de estratégia nesta semana.
Acreditamos, assim como o mercado em geral, que o grupo manterá os níveis de produçãoinalterados em outubro, disseram analistas do ING nesta terça-feira. A escala do superávitesperado até o próximo ano torna improvável que tragam mais oferta ao mercado. O risco maior é aOPEP+ decidir reinstaurar cortes, diante de preocupações com excesso de produção.
Juros nos EUA
Participantes do mercado também acompanham a divulgação do relatório de emprego dos EstadosUnidos em agosto, que deve influenciar a decisão de política monetária do Federal Reserve nosdias 16 e 17 de setembro.
O Fed é amplamente esperado a reduzir as taxas de juros, o que poderia enfraquecer o dólar eimpulsionar a demanda por commodities denominadas em dólar, como o petróleo.
Por volta de 13h35 (horário de Brasília), o preço do contrato do petróleo WTI negociado naNymex com entrega para setembro subia 2,44%, cotado a US$ 65,56 o barril. Já o preço do contratodo Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para outubro avançava 1,36%, cotado a US$ 69,08 obarril.
Darlan de Azevedo – darlan.azevedo@cma.com.br (Safras News)Copyright 2024 – Grupo CMA