GM, Ford e Stellantis estão preocupadas com acordo tarifário com o Japão

Uma image de notas de 20 reais

Imagem gerada por IA

São Paulo, 23 de julho de 2025 – As três grandes montadoras de Detroit (General Motors, Ford eStellantis) manifestaram preocupação em relação ao recente acordo comercial que propõe reduziras tarifas de importação de automóveis do Japão para 15%, enquanto mantém as tarifas paraveículos provenientes do Canadá e do México em 25%. Matt Blunt, presidente do American AutomotivePolicy Council, que representa essas montadoras, enfatizou que qualquer acordo que imponha umatarifa menor para veículos japoneses com pouco ou nenhum conteúdo produzido nos EUA, emcomparação com as tarifas mais elevadas aplicadas a veículos produzidos na América do Norte comalto índice de componentes americanos, representa uma desvantagem significativa para a indústriaautomobilística dos Estados Unidos e para seus trabalhadores.

O setor automotivo norte-americano argumenta que tais condições criam um ambiente injusto deconcorrência, em que veículos japoneses podem acessar o mercado americano com custos tarifáriosmais baixos, independentemente do conteúdo local, enquanto automóveis fabricados no Canadá ouMéxico continuam sujeitos a tarifas mais altas, mesmo quando incorporam alto grau de conteúdo dosEstados Unidos. Esse cenário pode afetar diretamente a competitividade e o emprego na cadeiaautomotiva norte-americana.

A situação se agrava diante das ameaças do presidente Donald Trump de aumentar as tarifassobre veículos importados do México para 30% e do Canadá para 35% a partir de 1º de agosto.Apesar do governo americano defender o acordo com o Japão como uma vitória histórica ao eliminarbarreiras injustas aos automóveis americanos no mercado japonês, as montadoras relatam impactosfinanceiros crescentes devido às tarifas vigentes.

A General Motors, por exemplo, informou que seus lucros do segundo trimestre foram reduzidos emUS$1,1 bilhão em função das tarifas e espera que o impacto negativo aumente no terceirotrimestre. A Stellantis, por sua vez, reportou uma despesa de 300 milhões de euros até o momentoem razão das tarifas dos EUA, o que provocou cortes nos embarques e ajustes na produção paraadequar o nível de fabricação à demanda prejudicada.

As tensões tarifárias também envolveram outros acordos recentes, como o firmado com o ReinoUnido, pelo qual foi estabelecida uma cota de 100.000 veículos britânicos por ano, com tarifa de10% (número próximo ao total exportado pelo Reino Unido ao mercado americano no ano anterior).Essa medida também recebeu críticas, com o conselho automotivo afirmando que prejudica montadoras,fornecedores e funcionários americanos. Apesar de algumas flexibilizações tarifárias sobrepeças e materiais, a tarifa de 25% sobre veículos importados permanece para a maioria dos países,com exceção das peças que atendem às regras de origem do acordo USMCA entre EUA, México eCanadá.

Com informações da Reuters.

Vanessa Zampronho / Safras News

Copyright 2025 – Grupo CMA

MAIS LIDAS

Voltar ao topo