São Paulo, 10 de julho de 2025 – O Goldman Sachs disse que os varejistas brasileiros sob coberturade seus analistas – Azzas 2154, SBF, Assaí e Magazine Luiza – têm exposição limitada àsexportações para os EUA, portanto, o impacto direto da ampla tarifa de 50% anunciada pelopresidente Trump deverá ser provavelmente limitado. No entanto, as empresas estariam expostas a umcrescimento potencialmente mais lento do PIB, câmbio mais fraco e taxas mais altas. Por volta de12h05 (horário de Brasília), os papéis de Azzas 2154 (AZZA3), SBF (SBFG3), Assaí (ASAI3) eMagazine Luiza (MGLU3) caíam 2,94%, 2,32%, 2,70% e 3,39%, respectivamente.
“O impacto direto de tarifas mais altas sobre as exportações dos EUA seria limitado à Azzas 2154,que tem cerca de 10% de suas vendas consolidadas provenientes de operações internacionais estimamos que a exposição aos EUA esteja na faixa de 1-9%. No entanto, observamos que apenas oscalçados vendidos no mercado americano são produzidos principalmente no Brasil, enquanto ovestuário é proveniente de fora do Brasil (principalmente Ásia/Turquia). Embora reconheçamos a(pequena) exposição, também observamos que o potencial impacto da conversão cambial dessasreceitas poderia compensar qualquer impacto potencial nas vendas de calçados nos EUA de tarifasmais altas”, avaliam os analistas.
Em relação ao impacto de um câmbio mais fraco, os analistas esperam que os investidores monitoremo nível do recuo nos próximos dias. Em relação às ações de varejo sob sua cobertura, comentamque o impacto se aplicaria mais diretamente aos varejistas de vestuário brasileiros, quenormalmente compram de 25% a 35% das peças no exterior. Cita, por exemplo, a Fisia, do Grupo SBF, adistribuidora oficial da Nike no Brasil, com aproximadamente 50% da receita consolidada e compra 55%dos produtos em dólares americanos por meio da cadeia de suprimentos global da Nike. “Os ciclos defornecimento tendem a ser relativamente longos, com avanço de aproximadamente 6 milhões paravestuário e de 6 a 9 milhões para varejo esportivo, e o impacto nas vendas e margens dependerá,obviamente, da taxa de câmbio média no momento do fornecimento, de hedges e da capacidade derepassar os preços aos clientes”, comenta.
Já o impacto de taxas mais altas nas ações sob sua cobertura, deve recair sobre os varejistas comlucros mais expostos a variações nas taxas: Assaí (ASAI3) e Magazine Luiza (MGLU3). “Estimamosque um aumento de 100 pontos-base na taxa média de juros de 2026 (em comparação com nossapremissa básica de uma taxa média de 13,4%) poderia reduzir o lucro líquido da ASAI em 8% e daMGLU em 12% em 2026E”, comenta o Goldman Sachs, em relatório.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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