Governo afirma que está buscando ampliar lista de exceções do tarifaço americano

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São Paulo, 13 de agosto de 2025 – A secretária de Comércio Exterior do Ministério doDesenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Tatiana Prazeres, disse aos deputados daComissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara, nesta quarta-feira (13), que o governo estátrabalhando com empresários para ampliar a lista de exceções da tarifa de 40% aplicada pelogoverno norte-americano aos produtos de exportação brasileiros. Paralelamente, a pasta tambémbusca acelerar parcerias comerciais com outros países. As informações são da Agência Câmara.

Em 30 de julho, foi divulgado o tarifaço de 40%, mas já havia uma taxação adicional de 10%anunciada em abril.

Uma das ações buscadas pelo governo é remover restrições como a que limita a entrada dedeterminadas máquinas apenas se destinadas ao setor aeronáutico.

Diante da incerteza geral provocada pelas mudanças tarifárias nos Estados Unidos, a secretária deComércio Exterior explicou que outra saída é fortalecer o comércio baseado em regras. Ela citouos acordos do Mercosul com Singapura, União Europeia e a Associação Europeia de Livre Comércio.Além disso, estão sendo feitos acordos sanitários para a habilitação de novas exportaçõespara o Vietnã e Turquia.

Há tratativas avançadas com União Europeia e Reino Unido para a reabertura do mercado de pescadonesses países. O vice-presidente Geraldo Alckmin está indo para o México no final do mês com umadelegação empresarial com foco em buscar novos mercados no México para produtos que vão sofrerdificuldades no mercado americano.

Empresas americanas

Tatiana afirmou que serão prejudicadas muitas empresas brasileiras que se estabeleceram,principalmente no Sul do país, apenas para exportar produtos que atendem especificidades do mercadoamericano. São Paulo é o estado mais afetado por exportar mais. O Ceará é o que mais destinaprodutos para os Estados Unidos em relação ao total exportado quase 45%. Em seguida, vêm oEspírito Santo e a Paraíba (veja tabela abaixo).

A secretária apontou contradições no tarifaço, como a existência deafiliadas de empresasmultinacionais controladas pelos Estados Unidos no Brasil. “Há muito comércio intrafirma, o queevidencia a falta de lógica econômica dessas barreiras comerciais, porque muitas vezes sãoempresas americanas no Brasil que passam a ter dificuldade de exportar para os Estados Unidos,quando, na verdade, muitos desses investimentos ocorrem em função dessas operações.

A maior contradição é a de que o Brasil tem déficit comercial com os Estados Unidos e, segundoTatiana, o número é até maior pelas contas americanas, chegando a US$ 28 bilhões em 2024. Oimposto de importação médio que o Brasil cobra dos Estados Unidos é de apenas 2,73%.

A secretária Tatiana Prazeres disse que em 18 de agosto o governo brasileiro envia sua defesa paraa chamada investigação 301 do governo americano contra práticas comerciais brasileiras, o queincluiu a criação do Pix. No começo de setembro, o governo terá que enviar representantes aosEstados Unidos para a continuação desta defesa.

Estados

Vários deputados buscaram listar, na audiência, as dificuldades em seus estados. O deputadoCobalchini (MDB-SC) citou o setor moveleiro. Não há, no curtíssimo prazo, o que fazer emrelação às fábricas de móveis preparados para os Estados Unidos. Tecnologias de pontaempregadas nessas empresas; funcionários preparados, treinados; empresas, inclusive, referênciaspara o mundo.

Também o deputado Gilson Daniel (Pode-ES) destacou produtos agrícolas, como café, frutas, pimentado reino, macadâmia e ovos.

O deputado Alexandre Guimarães (MDB-TO) disse que é preciso haver união para enfrentar asameaças comerciais. É necessário que nessa crise nós busquemos alternativas de diversificaçãode mercado e que a gente não fique mais monopolizando ou romantizando uma bandeira ou um país.Precisamos defender a soberania deste país, garantir a economia dos brasileiros e a sobrevivênciadas relações comerciais, mas do Brasil para o mundo todo, porque capacidade a gente tem para tal.

O deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) disse que, em São Paulo, cerca de 150 indústrias correm o riscoaté de fechamento, porque 40% a 70% do seu faturamento vêm de exportações para os EstadosUnidos. Segundo ele, são 120 mil empregos diretos e indiretos.

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