Governo Lula condena operação terrestre de Israel na Cidade de Gaza

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo brasileiro expressou “firme condenação” à operação militar terrestre de Israel na Cidade de Gaza, em nota publicada pelo Itamaraty nesta quarta-feira (17).

“Essa ação adicional de grave violação ao direito internacional e ao direito internacional humanitário soma-se a outras cometidas contra a população civil da cidade nas últimas semanas, incluindo deslocamento forçado, intensos bombardeios, demolição sistemática de edifícios residenciais e severas restrições, de maneira continuada, à entrada e distribuição de ajuda humanitária, as quais provocaram situação de fome crônica na região”, disse o Ministério das Relações Exteriores.

“Essa ofensiva terrestre coloca em risco, ademais, a vida tanto de centenas de milhares de civis palestinos, quanto dos reféns remanescentes”, afirma a nota.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diz tomar nota do relatório da comissão da ONU sobre os territórios palestinos ocupados, que concluiu que Israel cometeu e continua cometendo atos de genocídio na Faixa de Gaza.

“O Brasil defende que todas as violações de direitos humanos em Gaza e em todo o Território Palestino Ocupado devem ser investigadas e que seus responsáveis devem ser punidos”, diz a nota.

“O Brasil reitera, nesse contexto, sua exortação pelo fim imediato dos ataques de Israel contra a Faixa e pelo acesso desimpedido de ajuda humanitária. Apoia, ainda, cessar-fogo permanente, com libertação de todos os reféns e retirada completa das forças israelenses de Gaza”, conclui o texto.

Em julho, o governo Lula anunciou que iria aderir formalmente à ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ) que acusa Israel de cometer atos que ferem a convenção contra o genocídio.

O presidente Lula tem criticado as ações de Tel Aviv em Gaza e, ao menos desde 2024, tem usado o termo genocídio para se referir a elas.

As críticas renderam uma crise entre Brasília e Tel Aviv. O presidente brasileiro já havia chamado a campanha militar de Israel de carnificina e, no momento mais agudo do conflito diplomático, comparou a guerra à perseguição aos judeus pela Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial

A fala ocorreu durante visita de Lula à Etiópia, em fevereiro de 2024, e teve uma série de consequências. O então embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, foi chamado para uma represália pública no Yad Vashem, o mais importante memorial sobre o Holocausto, e o então chanceler israelense e hoje ministro da Defesa, Israel Katz, declarou que Lula era “persona non grata” no país.

O Brasil chamou de volta seu embaixador e não enviou mais um representante de mesmo nível para Tel Aviv. Ao mesmo tempo, não deu aval para o novo embaixador israelense em Brasília, o que deixa Israel sem um representante de nível mais alto na embaixada e, na prática, rebaixa as relações diplomáticas entre os países.

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