SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um homem suspeito de fazer ameaças contra o influenciador Felipe Bressanim Pereira, o Felca, foi preso na manhã desta segunda-feira (25) em operação da Polícia Civil de São Paulo.
Cayo Lucas foi preso em Olinda, em Pernambuco, com apoio da polícia daquele estado. Ele é investigado sob suspeita de ameaça, stalking e associação criminosa. A defesa de Cayo não foi localizada até a publicação deste texto.
Foram cumpridos um mandado de busca e apreensão e outro de prisão temporária. A polícia esteve em dois endereços, e Cayo foi preso na casa onde estava morando.
A Justiça de São Paulo havia determinado a quebra de sigilo de uma conta de email que enviou mensagens com ameaças de morte a Felca, autor de vídeo com denúncias de adultização e exploração de crianças e adolescentes nas redes sociais que mencionam o influenciador Hytalo Santos.
“E ae babaca, você acha que vai fica impune por denunciar o Hytalo Santos, você está enganado (sic)”, diz uma das mensagens, recebida no último dia 16.
A ameaça continua, e a pessoa diz que Felca “vai se ferrar muito [na] sua vida”. “Prepara para morrer, você vai pagar com a sua vida”, conclui a mensagem. Algumas horas depois, o mesmo email encaminha uma nova mensagem ao youtuber, em que o chama de “macaco branco”. “Você vai morrer. Se prepara por sua vida, você corre risco e você vai pagar com a vida. Você é um otário pedófilo”, prossegue.
Felca relatou ter recebido ameaças e, por isso, passou a andar de carro blindado.
No momento da abordagem, Cayo estava acompanhado de outro homem, identificado como Paulo Vinicius, que foi flagrado acessando indevidamente sistemas da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco.
“No interior do imóvel, foi constatado que o computador do investigado estava em uso e aberto na tela de acesso à plataforma de Segurança Pública do Estado de Pernambuco, circunstância que reforça a gravidade da conduta e será objeto de análise pericial”, afirmou a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, Cayo também é investigado sob suspeita de integrar uma quadrilha que, por meio de desafios na internet, promoveria a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Segundo o delegado Guilherme Caselli, da Polícia Civil de São Paulo, essa apuração está em “fase embrionária”. “Tem uma possibilidade, a investigação ainda está em curso, mas que, de fato, ele participe de uma organização, de uma estrutura, que tem um apelo, via rede Discord, de exploração sexual de crianças e adolescentes, através daqueles famigerados desafios. Através desses desafios, eles exploram sexualmente crianças e adolescentes”, disse.
Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo, também afirmou que Cayo vendia material infantil nas redes.
Ainda segundo Caselli, Cayo ganhava dinheiro com a venda de acesso a informações sigilosas obtidas por meio de invasões a sistemas de Justiça e de secretarias estaduais de segurança.
Os dois homens presos moravam em casas próximas, segundo investigadores. Quando a polícia chegou ao local onde eles foram presos, em Olinda, Cayo se preparava para sair, enquanto Paulo foi preso em flagrante por causa do acesso aos sistemas.
“No próprio computador, a gente viu o registro de pesquisa sobre o influenciador digital Felca, vimos conversas ali no WhatsApp que estavam abertas falando da atuação policial. Então, de fato, eles sabiam que eles estavam sendo investigados”, disse o delegado.
“São pessoas que, de fato, têm um conhecimento elevado de informática, mas a gente não pode dizer que são hackers. São oportunistas, porque eles não fazem programação. Eles compram essa espécie de vulnerabilidade através de bancos de dados com login e senha”, acrescentou.
Inicialmente, a polícia realizou buscas por Cayo Lucas em Gravatá, no interior de Pernambuco. Depois, a polícia descobriu que ele havia se mudado para Olinda, onde morava próximo a Paulo Vinícius.
A Polícia Civil de Pernambuco pediu a conversão da prisão em flagrante de Paulo Vinícius para prisão preventiva (sem prazo) por invasão de dispositivo informático com acesso a informações sigilosas.
A Polícia Civil de São Paulo pediu a transferência de Cayo Lucas para um presídio no território paulista. Cabe à Justiça decidir se aceita o pedido.
