Indice recua com IPCA-15, bancos, Petrobras e ações sensíveis a juros

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São Paulo, 26 de agosto de 2025 – O Ibovespa segue em campo negativo, firme no patamar dos 137mil pontos, após a prévia da inflação mostrar deflação, mas acima das expectativas do mercado,e com os bancos, Petrobras e ações sensíveis a juros.

Mais cedo, foi divulgado o IPCA-15, que recuou 0,14% em agosto ante julho. No acumulado em 12meses, o índice desacelerou de 5,30% para 4,95%. Tanto o resultado mensal quanto o acumulado de 12meses ficaram acima das projeções de -0,22% e 4,87%, respectivamente, medidas pelo TermômetroSafras.

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) caiam 0,96% e 0,88%. Itaú (ITUB4) perdia 1,04%. Bancodo Brasil (BBAS3) voltou a subir mais de 1%, a ação está bastante volátil. MRV (MRVE3) caía3,82%.

Às 15h14 (horário de Brasília), o principal índice da B3 caía 0,45%, aos 137.399,51 pontos.O Ibovespa futuro com vencimento em outubro recuava 0,75%, aos 139.795 pontos. O giro financeiro erade R$ 9,1 bilhões. Em Nova York, os índices operavam em alta.

Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que o IPCA-15,bancos e Petrobras mexem com o mercado.

“O Banco do Brasil virou para negativo [está bem volátil] e outros bancos já faziam movimentode queda desde a manhã. Após o IPCA-15, a gente entra em compasso de esperar para ver o que vaiacontecer e quais serão os próximos comentários do BC. Se analisar o movimento do Ibovespa, anegociação se dá dentro de uma banda muito estreita, apesar da volatilidade. O Ibovespa tem 2-3dias com alta mais forte, depois dois-três dias de queda. As transações correntes de julho vieramR$ 2 bi a mais do que era o esperado, o que faz a questão fiscal ficar no radar. E na esferapolítica tem pontos favoráveis com a direita em que o Tarcísio [de Freitas] pode concorrer [comocandidato à presidência em 2026]. O mercado também espera pelos dados de inflação PCE ao longoda semana”.

Felipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, informou, em boletim matinal,que o mercado fica de olho na nova ofensiva política de Trump sobre o Fed e repercute IPCA-15 poraqui

“O maior catalisador do dia está em Washington, com a ameaça de Donald Trump em demitir LisaCook [diretora do Fed] acusando-a de falsificar documentos de hipoteca. Ela disse que Trump não temautoridade legal para afastá-la e que não vai renunciar ao cargo. O caso deve virar um teste paraa Suprema Corte, que já indicou que protegeria o Fed contra demissões arbitrárias. Isso geradúvidas na independência do Fed. É mais uma ofensiva de Trump para reduzir taxas nos EstadosUnidos. Aqui, o destaque fica para o IPCA-15, e alívio vem de parte de alimentos [-0,53%] etransporte [queda de 0,67% em julho para -0,47% em agosto] favorecido pela queda do dólar e bônusde Itaipu, mas nos próximos meses pode ter ressurgimento da inflação. Ruídos políticos em tornode possível candidatura de Tarcísio de Freitas e turbulência política na França ficam noradar”.

Em relação ao IPCA-15, Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, disse que apesar dodado ser o menor valor desde setembro de 2022 e o primeiro negativo desde julho de 2023, aindaexplica a Selic se manter em 15%.

“Em agosto, a inflação foi influenciada principalmente pelos preços administrados, querecuaram 0,61% no mês, em contraste com a alta de 0,02% observada nos preços livres. Apesar damelhora do cenário, ainda persistem pontos de atenção que justificam a manutenção da Selic em15,0% a.a. pela autoridade monetária. Mesmo com alguma moderação recente, núcleos de inflaçãoe preços de serviços especialmente os subjacentes e os intensivos em mão de obra continuam emníveis elevados, incompatíveis com a meta. Esse comportamento reflete, em grande medida, aresiliência do mercado de trabalho, que permanece aquecido, com a menor taxa de desemprego dasérie histórica e a massa de rendimentos em patamares recordes. Em nosso cenário base, mantemos aexpectativa da taxa de juros encerrar este ano em 15,0% a.a.”.

Soraia Budaibes – soraia.budaibes@cma.com.br (Safras News)

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