São Paulo, 9 de setembro de 2025 – O Banco Central Europeu (BCE) se reúne nesta quinta-feira(11) e deve manter inalteradas suas principais taxas de juros, em especial a taxa de depósito em2,00%, segundo ampla expectativa de analistas. A decisão ocorre em um momento em que a inflaçãoda zona do euro está próxima da meta de 2% e em meio às incertezas geradas pelas tarifascomerciais impostas pelo governo de Donald Trump nos Estados Unidos.
Em sua última reunião, o BCE já havia mantido os juros estáveis, e a expectativa do mercadoé que a instituição siga com a mesma estratégia. “O retorno da inflação à meta do BCE e osdados econômicos recentes mais robustos defendem a manutenção das taxas de juros”, afirmouBastian Freitag, da Rothschild & Co Wealth Management, em nota.
Analistas do Unicredit também projetam estabilidade. “Prevemos que a taxa de depósitopermanecerá em 2% ao longo de 2026, com riscos apontando para um corte final de 25 pontos-base”,destacaram. A State Street Investment Management reforça que o BCE deve adotar uma postura de”esperar para ver”, monitorando os efeitos das tensões comerciais e geopolíticas. “Em nossaopinião, os riscos de queda para a economia estão aumentando significativamente”, afirmou KonradKleinfeld, da gestora.
Apesar da expectativa de manutenção, os mercados devem acompanhar de perto os sinais dapresidente Christine Lagarde sobre os próximos passos da política monetária. Para a Monex Europe,caso Lagarde sinalize o fim do ciclo de cortes de juros, o euro pode se valorizar frente ao dólar.”Esperamos que a presidente declare formalmente vitória sobre a inflação e sinalize o fim desteciclo de flexibilização”, afirmaram os analistas, lembrando que o Federal Reserve pode voltar acortar juros já em 17 de setembro.
No entanto, nem todos projetam estabilidade prolongada. Para a Mediolanum, a inflação deveficar abaixo da meta em 2026, o que pode levar o BCE a considerar novos cortes no fim de 2025 ouinício de 2026. Já a SEB Research aponta dezembro como “próximo ponto de verificação” para umaeventual redução de juros, quando haverá novos dados e projeções.
Além do cenário macroeconômico, a reunião desta semana deve expor Lagarde a questionamentospolíticos. O economista Holger Schmieding, do Berenberg, alerta que a presidente terá de agir comcautela diante da crise política na França. “Lagarde terá que moderar suas palavras, sem sugerirque o BCE possa socorrer um pecador fiscal impenitente, nem adotar uma linha tão dura a ponto deperturbar os mercados”, disse.
As projeções trimestrais do BCE, que serão divulgadas junto à decisão, devem trazer apenasajustes marginais em relação a junho, mas podem oferecer pistas cruciais sobre como ainstituição pretende equilibrar a política monetária nos próximos meses.
Larissa Bernardes- larissa.bernardes@cma.com.br (Safras news)
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