SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O governo da Itália aprovou oficialmente nesta quarta-feira (6) a construção da maior ponte suspensa do mundo. A estrutura vai ligar a ilha da Sicília ao continente, atravessando o Estreito de Messina, no sul do país.
Com 3,7 km de extensão total, a ponte terá um vão central de 3.300 metros, sem pilares no meio. A estrutura será sustentada por cabos presos a torres de 400 metros de altura. Quando pronta, será a ponte suspensa com o maior vão do mundo.
A construção é uma prioridade do governo da primeira-ministra Giorgia Meloni. O orçamento previsto é de 13,5 bilhões de euros (cerca de R$ 86 bilhões), com conclusão estimada para 2032.
A ponte deve gerar mais de 100 mil empregos diretos e indiretos. Segundo a Companhia do Estreito de Messina, os primeiros trabalhos envolvem estudos geológicos e desapropriações.
O projeto existe desde os anos 1960, mas só agora recebeu sinal verde definitivo. A autorização foi emitida pelo CIPESS (Comitê Interministerial de Planejamento Econômico e Desenvolvimento Sustentável).
O consórcio internacional Eurolink, liderado pela construtora italiana Webuild, venceu a licitação. Também participam do projeto empresas com histórico em grandes obras, como a espanhola Sacyr e a japonesa IHI.
O governo argumenta que a ponte vai facilitar o transporte entre o norte e o sul da Itália. A estrutura diminuiria a dependência das balsas e impulsionando o turismo, a economia e a logística da região especialmente na Sicília, historicamente uma das áreas mais pobres do país.
Apesar do otimismo do governo, o projeto é alvo de críticas. Ambientalistas e grupos locais apontam risco à biodiversidade marinha da região e apresentaram queixas formais à União Europeia.
Há também preocupação com os riscos sísmicos. A região do Estreito de Messina está entre duas placas tectônicas e com a possibilidade de corrupção ou infiltração da máfia nos contratos.
Parte da população teme que a obra nunca seja concluída, como já ocorreu com outros megaprojetos no país. Críticos ainda questionam se o investimento bilionário não poderia ser melhor aplicado em outras áreas, como transporte público e serviços básicos.