Confiança dos CEOs na economia global cai de 93% para 72% em dez anos. Logística é a maior preocupação

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Confiança dos CEOs na economia global era de 93% em 2015, na primeira edição da pesquisa
Gerada por inteligência artificial (Dall-e/ChatGPT)
  • “Embora a confiança esteja estável nos últimos três anos, os CEOs estão mais pressionados para garantir o crescimento a longo prazo”
  • Dois a cada três dos CEOs dizem que investiriam em IA independentemente das condições econômicas e esperam retorno de três a cinco anos
Por Victor Marques Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

[AGÊNCIA DC NEWS]. Pesquisa da KPMG fez com mais de 1,3 mil CEOs globais de empresas com receita de pelo menos US$ 500 milhões traz os principais aprendizados deles em 2024 e quais tendências veem para o ano que vem. Com um novo ambiente geopolítico se formando, a consultoria abriu o relatório perguntando sobre o nível de confiança geral dos CEOs na economia global. Caiu muito. Uma queda de 21 pontos porcentuais na última década, de 93% em 2015 para 72% neste ano. “Embora a confiança esteja estável nos últimos três anos [ficou entre 71% e 73%], os CEOs estão sentindo mais pressão para garantir o crescimento a longo prazo dos seus negócios”, afirmou a KPMG, no relatório da pesquisa assinado por Charles Krieck, presidente da operação no Brasil e na América do Sul.

Essa pressão sentida pelas lideranças das grandes empresas é proveniente de três principais ameaças, ranqueadas em níveis de risco de 1 a 11, no qual 1 é o maior risco. As disrupções da cadeia de suprimentos foram consideradas a principal ameaça em 2024 – um risco de nível 1 (era 4 em 2023). Em segundo, os problemas operacionais (nível 2 em linha com o ano passado). Em terceiro, a segurança cibernética, que subiu cinco posições e foi a terceira maior ameaça segundo os executivos, com risco de nível 3 (era 8 em 2023). “Esses três fatores são vistos como mais preocupantes até mesmo do que a principal ameaça identificada no ano passado: a incerteza geopolítica e política.”

Para os próximos três anos, os entrevistados identificaram que suas prioridades operacionais serão o avanço da digitalização e da conectividade em seus negócios (18%), a compreensão e a implementação da IA generativa em toda a organização, o aprimoramento da força de trabalho junto da execução de iniciativas de ESG (ambas com 13%). “Ao preparar seus negócios para um mundo digital e focar na retenção de talentos, os CEOs posicionam suas organizações para um crescimento sustentável e orgânico.”

Escolhas do Editor

IA Quando a KPMG lançou a primeira edição da pesquisa, há dez anos, as tecnologias de IA não eram discutidas. Foi o que escreveu no relatório David Rowlands, líder global de Inteligência Artificial na KPMG International. Já em 2024, 64% dos CEOs entrevistados indicaram que investiriam em IA independentemente das condições econômicas neste ano. E a maioria dos CEOs (76%) não acredita que a IA irá impactar negativamente o número de empregos nos próximos três anos. No entanto, entendem que suas equipes precisarão se adaptar para aproveitar totalmente as oportunidades. Isso porque apenas 38% dos executivos acreditam que seus funcionários dispõem das habilidades adequadas para tirar proveito completo da IA e 58% concordam que a nova tecnologia os fez repensar as habilidades exigidas para os cargos de nível inicial.

Já os usos da IA serão direcionados principalmente para eficiência e produtividade (16%), preparação da força de trabalho para o futuro (14%) e promover inovação dentro das organizações (13%). A maioria dos CEOs (63%) acredita que o retorno sobre os investimentos em IA só será alcançado em um período entre três a cinco anos. Quanto às dificuldades de implementação da nova tecnologia, 61% identificam os desafios éticos como uma das questões mais difíceis de serem abordadas. A preocupação com falta de regulamentação (50%) e a insuficiência de habilidades técnicas (48%) também são vistas como preocupações para o futuro.

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