Lucro do Banco do Brasil cai 60% e chega a R$ 3,8 bi com alta na inadimplência de pessoa física e do agro

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Banco do Brasil teve um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões no segundo trimestre deste ano. O resultado é 60% menor que o registrado no mesmo período do ano passado e está abaixo do esperado por analistas consultados pela Bloomberg (R$ 5 bilhões).

O RSPL (Retorno sobre o Patrimônio Líquido), que mede a rentabilidade do banco, despencou para 8,4%, ante 21,6% registrados há um ano e 16,7% dos três primeiros meses de 2025.

A margem financeira bruta totalizou R$ 25,1 bilhões, um crescimento trimestral de 4,9% e redução de 1,9% no ano.

A carteira de crédito terminou junho em R$ 1,3 trilhão, um crescimento de 11,2% em um ano e 1,3% na comparação com março de 2025.

A queda no lucro se deve a um aumento na provisão de perdas esperadas (PDD), que foi a R$ 15,9 bilhões, 104% maior que há 12 meses. Isso aconteceu por causa da alta na inadimplência e por uma nova resolução do Banco Central, que obriga os bancos a reservarem os valores que eles esperam não receber de volta, e não apenas o que já não receberam.

Nesta conta, o BB considerou um fluxo de perda esperada de R$ 7,9 bilhões do agronegócio, de R$ 4,8 bilhões de pessoas físicas e de R$ 4,3 bilhões de pessoas jurídicas.

A inadimplência total subiu de 3% da carteira em junho de 2024 para 4,21%. Um dos impulsionadores foi o crédito ao agronegócio (equivalente a 33,8% da carteira total de crédito expandida).

O agro passa por uma onde de recuperações judiciais após revés na safra de grãos passada. Neste segmento, os atrasos acima de 90 dias representam 3,49% do total.

“Apesar do cenário positivo para a safra no Brasil em 2025, com uma colheita recorde, e do elevado percentual de garantias nessa carteira, há um estoque de operações que não foram pagos na safra 2024/2025, inclusive, por conta das recuperações judiciais no setor – que exigem maior provisionamento sob a nova regulação”.

O atraso é maior entre pessoas físicas, indo de 4,81% a 5,59% em um ano, que correspondem a 26,3% da carteira de crédito total. Uma das linhas de destaque nesta carteira é o crédito consignado CLT, uma das bandeiras do governo federal.

Desde o início do Programa, em março deste ano, o BB já desembolsou mais de R$ 7 bilhões, com um market share de cerca de 24% de todo o consignado do trabalhador.

“O ano de 2025 é de ajuste para aceleração do crescimento. Projetamos lucro entre R$ 21 e 25 bilhões e seguimos com investimentos estruturantes para geração de riqueza aos nossos acionistas, oferecendo a melhor experiência e soluções mais adequadas aos nossos clientes”, diz Tarciana Medeiros, presidente do BB.

Com a piora nos números, a diretoria do banco reduziu a estimativa de distribuição de lucro aos acionistas. No início do ano, ela era de 40% a 45% do lucro. Agora, é de 30%.

RAIO-X | BANCO DO BRASIL NO 2º TRI DE 2025

Fundação: 1808

Lucro: R$ 3,8 bilhões

Agências: 3.997

Funcionários: 85.959

Principais concorrentes: Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Nubank e Caixa Econômica Federal

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