Lula diz que Trump 'não tem palpite' no Brasil e faz novas críticas a ricos

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SOROCABA, SP (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (21) que o presidente americano, Donald Trump, “não tem palpite” na política brasileira e que seu governo deve ter como prioridade cuidar do povo brasileiro.

Ele fez uma breve menção ao mandatário dos Estados Unidos, enquanto comentava políticas de saúde. Lula também fez algumas críticas aos ricos, afirmando que a elite brasileira e bancos o criticam por investir dinheiro nos mais pobres.

“A palavra correta não é governar, é cuidar. Eu vou cuidar deste país. É por isso que o presidente americano não tem palpite aqui”, disse.

O presidente discursou num evento em Sorocaba para a entrega de 400 unidades odontológicas móveis (que são vans equipadas para atendimento com dentistas) a prefeituras que participam do programa Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Saúde em todo o país.

Lula emendou o recado a Trump, sem mencionar o nome do americano, num comentário em que relacionava saúde bucal ao sentimento de dignidade. Ele também afirmou que a defesa da soberania nacional não se faz apenas com a proteção das fronteiras, dos mares e do espaço aéreo, mas também com investimento em políticas de bem-estar ou, em suas palavras, “cuidar do povo”.

Nesse contexto, ao afirmar que dá prioridade a programas sociais no Orçamento federal, o presidente criticou a elite financeira e aos ricos em geral. Segundo Lula, o apoio dos mais ricos às privatizações da Eletrobras e da BR Distribuidora (antiga subsidiária da Petrobras, que hoje é a Vibra) ocorreu apenas visando o lucro.

“O pobre usa energia do mercado regulado, que é a energia regulada pelo governo, o rico usa energia do mercado livre. Sabe qual o resultado disso? O rico paga mais barato do que os pobres”, afirmou. “É por isso que eles privatizaram a Eletrobras. Benefício para quem? Quem é que ganhou com a privatização da BR Distribuidora, da Petrobras? O que sobrou para nós? Nada.”

Lula também deu a entender que sua política social sofre críticas de bancos, pois não é voltada ao lucro ou à especulação financeira. “Quando um governo como o meu gasta —gasta não, investe— R$ 400 bilhões para fazer política de inclusão social, tem gente que não gosta. Tem gente que acha que esse dinheiro deveria ir para a especulação”, argumentou. ‘Os banqueiros [dizem]: para quê gastar dinheiro com pobre? Esse Lula é um babaca'”.

Lula ignorou o relatório final da Polícia Federal em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foram indiciados por tentativa de obstrução de Justiça. Outros integrantes do governo também existam comentar o assunto.

“Posso dizer que hoje o presidente Bolsonaro, onde ele estiver, o SUS (Sistema Único de Saúde) vai sempre estar atendendo ele”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), ao ser questionado sobre sua opinião pessoal sobre o indiciamento.

Padilha ressaltou que o governo não fazia compras de unidades odontológicas móveis há meus de dez anos. Além das 400 unidades entregues nesta quinta-feira, o governo prometeu a entrega de outras 400 unidades até o fim do ano.

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