Lulistas tentam aproximar Tebet de empresários para convencê-la a disputar Senado por SP

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BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O grupo de advogados Prerrogativas, próximo ao presidente Lula (PT), planeja uma espécie de tour para aproximar a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), de setores do empresariado e outros segmentos influentes de São Paulo.

Petistas querem que ela dispute uma vaga no Senado pelo estado, o que poderia fortalecer o palanque de Lula na campanha pela reeleição.

Integrantes do partido afirmam, reservadamente, que a ministra tem se mostrado aberta à possibilidade. No entorno de Simone Tebet, contudo, há ceticismo sobre as chances de ela topar a empreitada. Procurada, a ministra não se manifestou.

O xadrez poderia envolver, inclusive, uma mudança de partido. Tebet é hoje do MDB, legenda que apoia o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos principais adversários de Lula.

Além disso, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), aliado do bolsonarismo no estado, busca se viabilizar para disputar o Palácio dos Bandeirantes caso Tarcísio seja o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Palácio do Planalto.

De acordo com interlocutores da ministra, ela resiste à ofensiva petista: hoje tem conexão muito forte com Mato Grosso do Sul, estado pelo qual já foi senadora, assim como seu pai, Ramez Tebet. Ela também tem relação de confiança com a cúpula do MDB.

No entorno de Tebet, uma eventual mudança de domicílio eleitoral é vista com muitas ressalvas. A avaliação é que isso beneficiaria o governo e o PT, mas não necessariamente a ela. Por essa avaliação, o movimento seria uma aventura.

O cenário em que ela poderia topar seria se Lula pedisse que ela disputasse a vaga por São Paulo, segundo aliados. Reservadamente, ela diz que só tratará do tema em outubro, a um ano da eleição.

O Prerrogativas planeja começar as atividades com a emedebista em agosto. A ideia é apresentar a ministra a advogados, empresários e outros grupos influentes na política do estado.

Coordenador do grupo, o advogado Marco Aurélio de Carvalho confirmou à reportagem os planos de promover encontros de Simone Tebet com setores da sociedade paulista.

“Ela é uma candidata supercompetitiva e tem todas as qualidades para exercer um belo mandato como senadora, embora a gente creia que ela vá continuar apoiando o presidente Lula em algum ministério caso ele se reeleja”, afirmou o advogado, ressalvando que uma decisão sobre candidatura depende da ministra e de instâncias partidárias.

Simone Tebet foi candidata a presidente em 2022. Seu melhor resultado foi junto ao eleitorado paulista. Ela teve 6,3% dos votos no estado, ante os 4,16% obtidos no total do país.

A análise do grupo político de Lula é que ela, por seu perfil de centro, tem potencial para atrair apoio no empresariado paulista e na classe média local. Nomes mais à esquerda costumam ter dificuldades nas eleições em São Paulo.

Duas das prioridades de Lula para as eleições do ano que vem são lançar candidatos fortes ao Senado e ter políticos populares fazendo campanha em seu nome em São Paulo, maior colégio eleitoral do país.

Além de Tebet, seriam possíveis candidatos para os principais cargos da política paulista o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Márcio França (Empreendedorismo). A articulação foi exposta pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

De acordo com petistas a par das conversas no estado, todos estão no radar, mas isso só será discutido mais adiante. O partido passa por uma troca em sua diretoria. O presidente eleito da legenda, Edinho Silva, assumiu oficialmente o cargo no domingo (2).

O núcleo político em torno de Lula atribuiu à votação em São Paulo em 2022 um dos maiores fatores para a vitória nacional naquele ano. Lula perdeu no estado, mas teve 11,5 milhões de votos no segundo turno. Em 2018, o PT, representado por Haddad na eleição presidencial, teve 7,2 milhões de votos na etapa decisiva no estado.

O avanço foi fundamental para a vitória do hoje presidente da República, que derrotou Jair Bolsonaro por 2,1 milhões de votos no total do país. Um resultado semelhante ao de 2022 junto ao eleitorado paulista é indispensável para os planos de reeleição do presidente da República.

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