RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Pelo menos 11,6 milhões de refugiados correm o risco de perder acesso à assistência humanitária devido a cortes nas doações feitas por países parceiros. É o que aponta o relatório, divulgado nesta sexta-feira (18), do Acnur, agência da ONU especializada no assunto.
De acordo com o relatório, o Acnur necessita de aproximadamente US$ 10,6 bilhões anuais para financiar projetos de assistência aos refugiados. E até o momento, apenas 23% do valor foi repassado para a agência.
Países doadores como Suécia, França, Japão e Estados Unidos reduziram significativamente suas contribuições financeiras aos projetos de assistência humanitária. O menor investimento das nações doadoras se deve a cortes nos orçamentos governamentais por decisão política e econômica.
Com os cortes, a agência da ONU foi forçada a reduzir em mais de 60% o fornecimento de ajuda emergencial em países como Sudão, Chade e Afeganistão.
“O deslocamento forçado está aumentando globalmente, enquanto a ajuda humanitária está diminuindo drasticamente, criando um “coquetel mortal” que coloca as populações deslocadas em grave risco”, destaca um trecho do relatório.
Áreas de assistência médica, educação, abrigo, nutrição e proteção, de mulheres e meninas, estão sendo as mais afetadas pelos cortes. A agência também precisou reduzir em 30% o quadro de funcionários, o que representa a demissão de 3,5 mil pessoas.