Ministro concede entrevista à CNN sobre tarifaço

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São Paulo, 29 de julho de 2025 – Em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Fazenda, FernandoHaddad, disse que o plano de contingência com medidas para apoio ao setor produtivo à tarifa de50% que será imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros comercializados ao país, incluidiversas medidas que dependerão de pauta legislativa e deverão ser aprovadas pelo Congresso. Oministro explicou que o governo espera ter mais clareza em relação ao que será taxado, se haveráalguma evolução nas negociações, por exemplo, e que o governo vai continuar negociando.

“Estamos apresentando um cardápio para o presidente para atender cada setor. Vamos continuarnegociando com os EUA”, disse o ministro. “Muitas das medidas dependem de aprovação do Congresso.Eu não acredito que o Congresso se furtará a atendê-las”.

Haddad disse que o ministério da Agricultura e Pecuária e outros ministérios estão participandodo plano de contingência. “Desde o anúncio da tarifa estamos trabalhando neste plano. Não podemosanunciar as medidas por que não sabemos o que os EUA vão fazer”, disse.

Para Haddad, as avaliações de que o governo não está atuando na negociação são falsas. “Opresidente Lula não está tirando proveito da situação. Existe muito ‘vira-latismo’ nessasanálises. Quando o presidente considerar oportuno, as medidas serão tomadas.”

“Este é um jogo que está sendo jogado por dois times”, lembrou Haddad.

O ministro da Fazenda também discordou da avaliação de que o tarifaço contribuiu para a subidade Lula nas pesquisas e disse que “a melhora da aprovação do presidente aconteceu antes dotarifaço”.

Haddad também mencionou reuniões anteriores para negociar a tarifa de 10% e disse que osecretário do Tesouro americano, Scott Bessent, concordou que não fazia sentido taxar o Brasil nemem 10%.

O ministro da Fazenda também avalia que o tarifaço poderá refletir positivamente na inflação dealimentos. “Podemos ter surpresa com inflação de alimentos.”

Para Haddad, “os governos passam e a amizade entre o Brasil e os EUA vai prevalecer”. “A América doSul como um todo não tem porquê pagar tarifa para os EUA. Isso vai contra o interesse do povoamericano, na minha opinião. Nosso papel foi formular um plano de contingência, com medidasconjunturais e estruturais. O canal, da parte do Brasil, sempre estará desobstruído e chegaremos aum entendimento. Nos últimos dias, estamos vendo a abertura desses canais com a saída de quemestava atrapalhando, o que já é um bom começo”, comentou o ministro, citando “governadores queestão atuando contra os interesses nacionais”.

Em relação ao ajuste das contas públicas, Haddad disse que há muitas alternativas e que hámedidas de corte de gastos que estão no Congresso. “Mesmo mexendo com super salários, isso mexecom interesses e é difícil enfrentar no Congresso. Há um trabalho contínuo de recuperação dascontas públicas e o resultado, ao final do governo Lula, será muito superior ao do governoanterior.”

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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